Esses minúsculos buracos negros poderiam modificar a órbita da Terra

Publicado por Adrien,
Fonte: arXiv
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Na imensidão do Universo, objetos enigmáticos podem estar se movendo silenciosamente: os buracos negros primordiais, resquícios dos primeiros instantes após o Big Bang. Esses corpos celestes, que poderiam atravessar o nosso Sistema Solar, estão despertando crescente interesse dos astrônomos, conforme destacado por um estudo recente publicado no servidor de pré-publicação arXiv em 28 de dezembro de 2023.


De acordo com a pesquisa de Tung Tran, Sarah Geller, Benjamin Lehmann e David Kaiser do Centro de Física Teórica do Massachusetts Institute of Technology, esses buracos negros primordiais poderiam ter massas comparáveis às de asteroides, mas sua densidade extrema os dotaria de um tamanho notavelmente pequeno. De fato, apesar da sua massa, as dimensões de um buraco negro primordial são tão reduzidas que se situariam entre o tamanho de um átomo de hidrogênio e o de uma bactéria média.

O estudo investiga uma hipótese: o impacto dos buracos negros primordiais nos movimentos dos planetas do nosso Sistema Solar. Segundo suas simulações, a passagem de um buraco negro primordial poderia causar ligeiras oscilações nas trajetórias dos planetas, alterando assim a sua distância em relação ao Sol ou à Terra.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram os dados do banco JPL Horizons, que cataloga as posições de um milhão de objetos do Sistema Solar. Eles calcularam que até mesmo um buraco negro primordial passando a algumas unidades astronômicas (a distância entre a Terra e o Sol) poderia alterar o movimento dos planetas. Essas modificações, embora mínimas (da ordem de alguns centímetros a algumas dezenas de centímetros), são extremamente difíceis de detectar devido às margens de erro das medições atuais.

A detecção dessas oscilações representaria um avanço significativo na compreensão da matéria escura e da formação do Universo. No entanto, para alcançar esse objetivo, os astrônomos precisarão de simulações mais precisas e observações de melhor qualidade. O estudo também destaca a importância das missões espaciais, como os rovers marcianos, que permitiram calibrar a distância Terra-Marte com uma precisão notável, de cerca de 10 centímetros.

Detectar modificações nas trajetórias dos planetas do Sistema Solar, embora possa indicar a presença de um buraco negro primordial, não é uma prova irrefutável de sua existência. De fato, outros fatores, como a presença de asteroides desconhecidos, também poderiam causar perturbações orbitais semelhantes. Essa possibilidade ressalta a importância de uma análise minuciosa e de uma interpretação cautelosa dos dados. A busca pela confirmação da existência dos buracos negros primordiais implica não só detectar essas ínfimas alterações orbitais, mas também descartar com certeza todas as outras explicações plausíveis.

Os buracos negros primordiais, se confirmados, poderiam oferecer uma nova perspectiva sobre os mistérios do Universo, esclarecendo assim alguns dos maiores enigmas da cosmologia moderna.
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