Esses neurônios que ditam nossos desejos por açúcar e gordura 🍩

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature Metabolism
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
E se nossos desejos por comida dependessem de nossas memórias? Um estudo recente revela que neurônios específicos no hipocampo desempenham um papel crucial na memorização de alimentos doces e gordurosos, influenciando diretamente nossos comportamentos alimentares.

Essas descobertas, publicadas na Nature Metabolism, lançam luz sobre um mecanismo cerebral pouco conhecido. Os pesquisadores identificaram neurônios que codificam memórias relacionadas à comida, moldando assim nossas escolhas e consumo. Esses resultados podem abrir novos caminhos para entender e tratar a obesidade.

Neurônios especializados na memória alimentar

No hipocampo, uma região do cérebro associada à memória, neurônios específicos codificam memórias relacionadas a alimentos ricos em açúcar e gordura. Esses neurônios ajudam a localizar e lembrar onde esses alimentos estão, influenciando assim os comportamentos de busca por comida.

Os experimentos realizados demonstraram que, quando esses neurônios são desativados, os camundongos comem menos e ganham menos peso. Por outro lado, sua reativação aumenta o consumo de alimentos. Essas observações mostram que a memória desempenha um papel direto na regulação do apetite.

Uma ligação entre memória e metabolismo

Os pesquisadores descobriram que esses neurônios não apenas armazenam memórias, mas também influenciam a saúde metabólica. Ao inibir essas células, os camundongos resistem melhor ao ganho de peso, mesmo diante de uma dieta rica em gorduras e açúcares.

Essa descoberta destaca uma ligação inesperada entre memória e metabolismo. Os sistemas neuronais envolvidos na memorização de alimentos poderiam, portanto, ser alvos potenciais para combater a obesidade.

Circuitos cerebrais específicos

Os neurônios sensíveis ao açúcar e à gordura agem de forma independente. Aqueles que codificam memórias relacionadas ao açúcar influenciam apenas o consumo de açúcar, e vice-versa para as gorduras. Essa especificidade reflete uma adaptação evolutiva para distinguir fontes de nutrientes.

Essa separação sugere que o cérebro é finamente ajustado para associar alimentos específicos a comportamentos alimentares precisos. Essa descoberta pode explicar por que algumas dietas falham em controlar os desejos.

Perspectivas para a saúde humana

Esses trabalhos abrem perspectivas promissoras para o tratamento da obesidade. Ao direcionar os circuitos da memória alimentar, pode ser possível modular os desejos por comida e reduzir o consumo excessivo.

Os pesquisadores vislumbram aplicações terapêuticas para ajudar indivíduos a controlar melhor sua alimentação. Essas descobertas também podem iluminar políticas de saúde pública na prevenção da obesidade.
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