Esta proteína sabe reparar o DNA danificado: uma pista promissora para curar o câncer!

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nucleic Acids Research
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Os mecanismos de reparação do DNA desempenham um papel essencial na sobrevivência dos organismos, especialmente para prevenir doenças graves como o câncer.

No entanto, esses processos são frequentemente limitados pela complexidade dos danos sofridos. Atualmente, a pesquisa busca entender melhor esses mecanismos para desenvolver novas abordagens terapêuticas e agrícolas. Nesse contexto, a descoberta recente de uma proteína capaz de reparar o DNA abre perspectivas promissoras.


A bactéria Deinococcus radiodurans, conhecida por sua capacidade de sobreviver em ambientes extremos, constitui um modelo fascinante para os cientistas. Esta bactéria pode resistir a radiações entre 5.000 a 10.000 vezes superiores às que matariam uma célula humana. Tal resiliência levou os pesquisadores a estudar os mecanismos internos desta bactéria, na esperança de descobrir processos de reparação do DNA que possam ser aplicados a outros organismos.

Foi assim que a equipe de pesquisa liderada por Robert Szabla identificou a proteína DdrC, presente em Deinococcus radiodurans, como um agente chave na reparação dos danos ao DNA. Esta proteína, ao se ligar aos fragmentos de DNA danificados, impede sua degradação adicional e sinaliza aos outros mecanismos celulares a urgência da reparação. Essa descoberta foi possível graças ao uso da Fonte de Luz Canadense (CLS), que permitiu decifrar a estrutura tridimensional da DdrC.

As pesquisas mostraram que a DdrC funciona de maneira autônoma, sem a necessidade de complexas redes de proteínas para cumprir sua tarefa. Os pesquisadores testaram esta proteína introduzindo-a em outra bactéria, Escherichia coli. Surpreendentemente, a DdrC conferiu a esta última uma resistência aumentada aos danos causados pelos raios UV, multiplicando mais de 40 vezes sua capacidade de sobrevivência. Esta capacidade autônoma da DdrC sugere aplicações biotecnológicas promissoras.

A possibilidade de introduzir DdrC em outros organismos, sejam eles vegetais ou animais, poderia revolucionar áreas como a medicina e a agricultura. Ao aumentar a eficiência da reparação do DNA, esta proteína poderia servir de base para a criação de vacinas contra o câncer, ou ainda para a modificação genética de culturas para torná-las mais resistentes a condições climáticas extremas.


Contudo, esta descoberta é apenas o começo. A equipe de Szabla planeja continuar suas pesquisas para explorar outros mecanismos presentes em Deinococcus radiodurans, na esperança de descobrir outras proteínas úteis para a reparação do DNA. Este trabalho poderia, em longo prazo, transformar nossa abordagem aos desafios médicos e agrícolas atuais, oferecendo soluções inovadoras baseadas nas capacidades excepcionais dessa bactéria.
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