ZoĂ« Goldsborough, doutoranda no Instituto Max Planck, identificou esse comportamento como uma primeira ocorrĂȘncia. A anĂĄlise das imagens mostrou que nĂŁo foi um incidente isolado. Quatro bebĂȘs bugios diferentes foram transportados pelo mesmo indivĂduo, apelidado de Joker, durante vĂĄrios meses. Um comportamento que poderia ser qualificado como sequestro.
Ao longo de 15 meses, cinco capuchinhos transportaram 11 bebĂȘs bugios. As imagens mostram os jovens machos realizando suas atividades habituais com os bebĂȘs agarrados a eles. Essa prĂĄtica, embora sem benefĂcio aparente para os capuchinhos, parece ter sido transmitida socialmente entre os jovens machos.
As consequĂȘncias para os bebĂȘs bugios sĂŁo trĂĄgicas, com pelo menos quatro mortes documentadas. Os pesquisadores destacam que os capuchinhos nĂŁo maltratavam os bebĂȘs, mas nĂŁo podiam suprir suas necessidades. Essa tradição social levanta questĂ”es sobre a origem dos comportamentos culturais nos animais.
O estudo sugere que a ausĂȘncia de predadores e a facilidade de vida na ilha poderiam explicar o surgimento de tais tradiçÔes. Os capuchinhos, com muito tempo livre, parecem explorar novas interaçÔes sociais. Essa descoberta abre perspectivas para o estudo das culturas animais.
Os pesquisadores continuam analisando os dados para entender a evolução dessa tradição. Seu impacto na população jĂĄ ameaçada de bugios pode se tornar uma questĂŁo de conservação. Esse estudo oferece um olhar Ășnico sobre a dinĂąmica dos comportamentos culturais em animais selvagens.