As desigualdades sociais e económicas influenciam fortemente o sucesso escolar, nomeadamente em matemática. Entre os fatores em jogo, as diferenças nas práticas parentais relacionadas com os números suscitam um interesse crescente. Algumas famÃlias falam mais de quantidades, usam com mais frequência os números no quotidiano ou nas brincadeiras partilhadas. Estudos anteriores, realizados principalmente nos Estados Unidos, sugeriram que estas práticas favorecem a aprendizagem da matemática. Contudo, estes estudos baseiam-se frequentemente em intervenções pouco realistas: exigem repetições frequentes e um acompanhamento dos pais por parte dos cientistas.
Os resultados são claros: as crianças que participaram nas atividades matemáticas progridem de forma significativa, nomeadamente em transcodificação (capacidade de passar de uma quantidade para um sÃmbolo ou vice-versa) e em ordinalidade (compreender a ordem dos números) - duas competências-chave para as futuras aprendizagens.