É o que revela um estudo que comparou os efeitos do cigarro eletrônico aromatizado com os do cigarro eletrônico não aromatizado.
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Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que qualquer forma de vaporização poderia ser prejudicial. No entanto, os resultados deste estudo sugerem, como muitos outros trabalhos, que os aromas adicionados às soluções de vaporização podem aumentar os riscos.
Após uma série de casos de lesões pulmonares ocorridas entre adolescentes em 2019, Ajitha Thanabalasuriar, professora assistente do Departamento de Farmacologia e Terapêutica da Universidade McGill, em colaboração com Erika Penz, da Universidade de Saskatchewan, teve a ideia de expor camundongos ao vapor de cigarros eletrônicos por vários dias e utilizar uma técnica de imagem ao vivo para observar em tempo real as células imunológicas de seus pulmões.
Publicado na revista PNAS, o estudo mostra que certas substâncias químicas presentes nos vaporizadores com sabor de frutas vermelhas paralisam as células imunológicas dos pulmões, responsáveis por eliminar partículas nocivas, o que torna o corpo mais vulnerável a infecções respiratórias. Por outro lado, os vaporizadores não aromatizados não tiveram esse efeito.
"É preciso ter cuidado com os aromas que são adicionados aos vaporizadores, porque podem ser prejudiciais. Essa é a mensagem principal. Os fabricantes comercializam certos produtos de vaporização com o objetivo de atrair os jovens. As embalagens e os próprios produtos são atrativos, frequentemente muito coloridos. Se nossos jovens continuarem a inalar esses vapores aromatizados, isso pode ser desastroso para o futuro", afirma ela.
A pesquisadora explica que ainda é necessário identificar quais compostos são prejudiciais às células imunológicas nos vaporizadores com sabor de frutas vermelhas e confirmar se os efeitos observados em camundongos podem ser reproduzidos em seres humanos.
O estudo foi financiado pelos Institutos de Pesquisa em Saúde do Canadá, pela Iniciativa Interdisciplinar sobre Infecção e Imunidade da Universidade McGill e pelo subsídio concedido pelo Programa de Cátedras de Pesquisa do Canadá. O artigo "Alveolar macrophage function is impaired following inhalation of berry e-cigarette vapor," de Ajitha Thanabalasuriar, Erika Penz e colaboradores, foi publicado na revista PNAS.