Development publicou recentemente um estudo sobre a regeneração no verme marinho
Platynereis dumerilii. Com alguns centímetros de comprimento, este verme possui uma capacidade notável de regenerar partes inteiras de seu corpo em poucos dias após uma ferida ou amputação.
A equipe de pesquisa, liderada por uma cientista do CNRS, concentrou-se nos mecanismos envolvidos na regeneração da cauda deste verme. Eles descobriram que células intestinais desempenham um papel fundamental, não apenas na regeneração do intestino, mas também de outros tecidos como músculos e epiderme. Mais surpreendente ainda, essa capacidade das células intestinais de regenerar diferentes tipos de tecidos varia em função de sua localização: quanto mais próximas as células estão da extremidade posterior do verme, maior é sua contribuição para a regeneração de uma variedade de tecidos.
Para realizar essas observações, os cientistas acompanharam o destino das células intestinais e das células em proliferação na extremidade amputada. Eles usaram diversos marcadores, incluindo a ingestão de esferas fluorescentes pelos vermes, para rastrear essas células. Há cerca de vinte anos, os anelídeos, ou "vermes segmentados", constituem um modelo de escolha para estudar a regeneração, um processo ainda misterioso para os pesquisadores apesar de sua ampla distribuição entre os animais.
Os resultados deste estudo revelam que a regeneração é parcialmente promovida por uma população de células intestinais proliferativas cujo potencial regenerativo varia conforme sua posição no eixo anteroposterior do verme. Os progenitores intestinais oriundos dos tecidos anteriores são restritos a uma linhagem, enquanto aqueles provenientes dos tecidos posteriores são mais proliferativos e muito mais plásticos. No entanto, eles não podem regenerar as células-tronco responsáveis pelo crescimento dos vermes, sendo estas de origem local e derivadas das células presentes no segmento adjacente à área amputada.
A equipe de pesquisa continua seus trabalhos para determinar se outros tipos celulares além das células intestinais participam da regeneração de diferentes tipos celulares. Este estudo destaca um modelo celular híbrido e flexível para a regeneração posterior em
Platynereis dumerilii, baseando-se em diferentes graus de plasticidade celular.