Imagem Mercedes-Benz
Este sistema baseia-se em uma abordagem totalmente diferente dos freios tradicionais. Em vez de discos externos fixados nas rodas, o sistema utiliza um disco fixo resfriado por água, contra o qual uma pastilha circular rotativa é pressionada dentro da própria transmissão, semelhante a um disco de embreagem. Isso elimina a necessidade de pinças e pastilhas clássicas. A frenagem ocorre pelo contato direto da pastilha com o disco.
O objetivo dessa nova tecnologia é resolver diversas questões. Primeiro, ela reduz o desgaste dos componentes e evita problemas frequentes de ferrugem nos discos. Além disso, garante melhor resistência térmica e diminui os ruídos indesejados durante a frenagem.
Mas a inovação da Mercedes não para por aí. Ela também apresenta uma solução para os desafios ambientais. O sistema de frenagem totalmente fechado captura as partículas provenientes do desgaste, respondendo às futuras normas Euro 7, que imporão limites às emissões de partículas por freios e pneus.
Outra dimensão interessante está na aerodinâmica. A nova configuração possibilita a criação de rodas totalmente carenadas, otimizando a aerodinâmica do veículo. Isso também pode contribuir para a eficiência energética dos carros, especialmente os modelos elétricos.
Em termos de desempenho, o sistema foi projetado para reduzir o fenômeno de "fading", ou seja, a perda de eficiência da frenagem em usos intensivos. Esse ganho em eficácia é essencial para melhorar a segurança dos veículos, principalmente em condições de condução desafiadoras.
Para os motoristas de veículos elétricos, este sistema oferece várias vantagens. Além de não exigir manutenção, ele diminui o peso dos veículos e melhora a estabilidade na estrada.
No entanto, essa tecnologia ainda está em fase de estudos. A Mercedes não especificou uma data de comercialização. A aceitação pelos usuários e a compatibilidade com as exigências dos veículos elétricos serão critérios determinantes para seu sucesso.
A Mercedes aposta nesse sistema para manter sua posição de destaque na inovação em um setor automotivo em plena transformação. Se esta tecnologia for implementada, poderá redefinir os padrões de frenagem automotiva em escala global.
O que são as partículas de freios e por que são problemáticas?
As partículas de freios (ou partículas de desgaste dos freios) provêm da abrasão dos discos e das pastilhas de freios durante o uso. Elas são compostas principalmente por óxido de ferro, resultante do desgaste do metal dos discos.
Essas partículas são particularmente preocupantes do ponto de vista ambiental. Diferentemente das emissões dos escapamentos, as partículas de freios não são regulamentadas de forma tão rigorosa, embora tenham um impacto ecológico significativo. Elas contribuem de maneira importante para a poluição do ar, sendo até 2.000 vezes mais poluentes que os gases de escapamento.
Além de poluírem, essas partículas podem ser perigosas para a saúde. Elas se dispersam no ar e podem penetrar profundamente nos pulmões, aumentando os riscos para os sistemas respiratório e cardiovascular. Isso levou as autoridades europeias a introduzir a norma Euro 7, que estabelece limites para as emissões dessas partículas.