đŸ”„ IncĂȘndios florestais de 2023 no CanadĂĄ mataram quase 70 mil pessoas, com impacto atĂ© na Europa

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature
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A magnitude dos incĂȘndios florestais canadenses, que devastaram milhĂ”es de hectares, surpreendeu pela capacidade de afetar populaçÔes que vivem a milhares de quilĂŽmetros de distĂąncia. Um estudo internacional acaba de medir esse alcance, destacando o impacto direto das partĂ­culas finas contidas na fumaça na saĂșde pĂșblica, da AmĂ©rica do Norte atĂ© a Europa.



Uma temporada fora do normal


Os incĂȘndios multiplicaram-se no CanadĂĄ entre maio e setembro de 2023, em um clima tornado mais propĂ­cio pelo aquecimento global. Quase 18 milhĂ”es de hectares foram reduzidos a cinzas, uma ĂĄrea superior Ă  da Inglaterra.

Esses incĂȘndios massivos liberaram enormes plumas de fumaça, obscurecendo o cĂ©u e desencadeando alertas sanitĂĄrios repetidos. As autoridades observaram uma deterioração imediata da qualidade do ar no continente norte-americano.

Mas a singularidade do evento tambĂ©m reside na amplitude da dispersĂŁo atmosfĂ©rica. As massas de partĂ­culas propagaram-se atĂ© a Europa, confirmando que os efeitos de tais incĂȘndios ultrapassam amplamente as fronteiras nacionais.

Impactos sanitĂĄrios revelados


Os pesquisadores estimaram que 354 milhĂ”es de pessoas respiraram ar com teor de partĂ­culas finas acima do limite recomendado pela Organização Mundial da SaĂșde. Essas partĂ­culas PM2,5 podem penetrar profundamente nos pulmĂ”es e atingir a corrente sanguĂ­nea.

O estudo distingue mortes relacionadas à exposição aguda, durante alguns dias de alta concentração, e aquelas provocadas por uma exposição crÎnica mais difusa. As primeiras estão associadas a crises cardíacas ou problemas respiratórios imediatos. Elas somam 5.400 nos Estados Unidos e no Canadå.

As segundas são mais numerosas, pois envolvem patologias cardiovasculares ou pulmonares agravadas por meses de ar poluído. O balanço é estimado em quase 70 mil mortes prematuras para toda a América do Norte e Europa.

Uma modelagem inédita


Para obter esses resultados, os cientistas combinaram observaçÔes por satélite, modelos de transporte químico e técnicas de aprendizado de måquina. Em seguida, cruzaram esses dados com modelos epidemiológicos que estabelecem ligaçÔes entre poluição e mortalidade.

O exercĂ­cio continha incertezas, principalmente devido Ă  ausĂȘncia de precedentes comparĂĄveis. Os pesquisadores tiveram que se basear em bancos de dados ampliados sobre exposição a partĂ­culas finas.

Apesar dessas limitaçÔes, o estudo publicado na Nature fornece uma primeira quantificação do impacto sanitĂĄrio intercontinental dos incĂȘndios florestais. Ele destaca uma dimensĂŁo atĂ© entĂŁo subestimada dessas catĂĄstrofes.
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