A inquietante presença de bactérias nas tintas de tatuagem

Publicado por Cédric - Sexta-feira 27 Setembro 2024 - Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Applied and Environmental Microbiology
Tatuar com segurança? Um novo estudo levanta questionamentos. Tintas de tatuagem e de maquiagem permanente, mesmo as consideradas estéreis, estão muitas vezes contaminadas. Como essas bactérias conseguem se introduzir em um produto que deveria estar bem selado?

Longe dos estereótipos, os pesquisadores revelam que, mesmo em um estúdio que respeite todas as regras de higiene, o risco de contaminação bacteriana persiste. Suas investigações se concentram nas próprias tintas, que, antes mesmo de serem utilizadas, podem já conter agentes patogênicos.


Imagem de ilustração Pixabay

Esse estudo, conduzido pela Sociedade Americana de Microbiologia, revela resultados preocupantes. Entre 75 amostras testadas, oriundas de 14 fabricantes, 26 apresentaram contaminação bacteriana. As bactérias identificadas eram tanto aeróbias quanto anaeróbias, capazes de prosperar sob diferentes condições de oxigenação.

Os pesquisadores utilizaram técnicas avançadas, como a PCR e o sequenciamento do DNA ribossômico 16S, para identificar as espécies bacterianas presentes. Pelo menos oito delas eram potencialmente patogênicas, causando desde simples irritações cutâneas até infecções graves, ou até mesmo um choque séptico.

As bactérias mais frequentemente encontradas são o Staphylococcus e o Cutibacterium acnes, responsáveis por diversas infecções de pele, seguidas pela Sphingomonas paucimobilis, conhecida por causar doenças mais raras, mas severas. Essas descobertas levantam questões sobre a eficácia dos processos de esterilização nas fábricas de fabricação de tintas.

As tintas contaminadas não estão limitadas aos Estados Unidos: algumas, importadas da França, também apresentavam altos níveis de contaminação. Essa situação é preocupante, pois na Europa, até 80% das tintas poderiam estar contaminadas, conforme apontam os pesquisadores.

Com os tatuagens cada vez mais populares, essa contaminação não deve ser subestimada. Embora apenas 0,5% a 6% das pessoas tatuadas desenvolvam uma infecção, o risco não pode ser ignorado. Os pesquisadores recomendam novos métodos de monitoramento e detecção para reduzir esse risco no futuro.

Este estudo foi realizado durante o verão, e efeitos concretos já são visíveis: no início de setembro, o fabricante Sierra Stain recolheu três de seus produtos após testes revelarem a presença de bactérias potencialmente perigosas, de acordo com a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA).

Em conclusão, tatuadores e clientes devem redobrar a vigilância e garantir a origem e qualidade das tintas utilizadas. Pois, como ressalta este estudo e seus primeiros efeitos, a esterilidade indicada no rótulo nem sempre garante a segurança.
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