A maior cartografia de buracos negros supermassivos ativos do Universo

Publicado por Adrien,
Fonte: The Astrophysical Journal
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Um novo marco foi alcançado na compreensão do Universo graças a um mapa sem precedentes de buracos negros supermassivos ativos.

Esses buracos negros, localizados no coração das galáxias e conhecidos como quasares, são alguns dos objetos mais luminosos do Universo apesar de sua designação paradoxal. O mapa recém-revelado registra aproximadamente 1,3 milhão desses quasares, sendo que o mais distante brilhava quando o Universo tinha apenas 1,5 bilhões de anos, comparado aos seus 13,7 bilhões de anos atuais.


Cada ponto representa um quasar, visto a partir do ponto central. A área branca que parte do ponto central é consequência da falta de dados, ocultados pelo disco da nossa própria galáxia.

David Hogg, pesquisador principal no Instituto Flatiron e professor na Universidade de Nova York, destaca que este catálogo de quasares é único. Ele fornece um mapa tridimensional que cobre o maior volume do Universo já mapeado. Essa conquista foi possível graças aos dados do telescópio espacial Gaia da Agência Espacial Europeia, originalmente projetado para mapear nossa própria galáxia mas que também permitiu identificar objetos muito além da Via Láctea.

Os quasares são intensas fontes de luz alimentadas por buracos negros supermassivos. Suas galáxias hospedeiras estão envoltas em enormes halos de matéria escura, invisível. O estudo dos quasares oferece pistas valiosas sobre a matéria escura, especialmente sobre sua tendência de aglomeração.

Os locais dos quasares e de suas galáxias também permitem compreender melhor a expansão do Universo ao longo do tempo. Comparando o mapa dos quasares com a luz mais antiga do nosso cosmos, o fundo cósmico de micro-ondas, os cientistas podem medir a extensão da agregação da matéria.


Infográfico explicando a criação de um novo mapa de aproximadamente 1,3 milhão de quasares através do Universo visível.
Crédito: ESA/Gaia/DPAC; Lucy Reading-Ikkanda/Simons Foundation; K. Storey-Fisher et al. 2024

O uso dos dados de Gaia, enriquecidos pelos do Wide-Field Infrared Survey Explorer da NASA e do Sloan Digital Sky Survey, possibilitou eliminar contaminantes como estrelas e galáxias, refinando assim a distância dos quasares. Essa colaboração também permitiu criar um mapa que indica as áreas onde a poeira, estrelas e outros obstáculos bloqueiam nossa visão dos quasares, essencial para a interpretação do mapa dos quasares.

Este catálogo é visto como um exemplo eloquente da produtividade dos projetos astronômicos, ilustrando como uma missão projetada para mapear as estrelas de nossa galáxia também pôde fornecer um mapa completo do Universo através da descoberta de mais de um milhão de quasares.
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