A maior predação já observada: 10 milhões de vítimas de uma só vez 🍗

Publicado por Adrien,
Fonte: Communications Biology
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Os cientistas estão começando a entender melhor as dinâmicas entre predadores e presas marinhas. A observação de uma cena espetacular de caça de bacalhaus contra capelins ao largo da Noruega revela comportamentos inesperados.

Os capelins, pequenos peixes do Ártico, se reúnem todos os anos para se reproduzir. Essa migração atrai seus predadores, os bacalhaus do Atlântico, que seguem esse banquete em larga escala.


Em fevereiro, durante a temporada de desova dos capelins, uma equipe do MIT e pesquisadores noruegueses acompanharam seus deslocamentos por dezenas de quilômetros, graças a uma técnica acústica inovadora. Ao formar uma gigantesca massa móvel, esses capelins criam uma espécie de "ponto quente ecológico" que atrai os bacalhaus.

Graças à imagem sonora, os cientistas observaram a aproximação dos bacalhaus, que também se reúnem, formando seu próprio cardume coordenado. Em poucas horas, cerca de 10,5 milhões de capelins foram devorados em uma cena de predação em massa, a maior já documentada, cobrindo uma área impressionante.

Apesar da magnitude desse evento, esse cardume representava apenas 0,1% da população de capelins da região. Contudo, o aquecimento global pode afetar esse frágil equilíbrio, forçando os capelins a migrarem para mais longe para se reproduzir, expondo-os ainda mais a esses tipos de ataques.

Pesquisadores acompanharam a migração de capelins e bacalhaus, observando a devoração de milhões de capelins em poucas horas.
Crédito: Nicholas Makris et al

O capelim desempenha um papel fundamental nos ecossistemas marinhos. Uma fiscalização rigorosa de seu comportamento é crucial para a preservação dessa espécie e de seu ambiente. A equipe de Nicholas Makris, professor de engenharia mecânica e oceânica no MIT, destaca que eventos de predação como esse podem desestabilizar o ecossistema local em questão de horas.

Este estudo é baseado em dados de uma missão marítima de 2014, onde os pesquisadores utilizaram o sistema OAWRS, uma tecnologia de imagem acústica que cobre vastas áreas. Eles distinguiram as espécies presentes: os capelins ressoam como vibrações altas e os bacalhaus como vibrações baixas.

Em 27 de fevereiro de 2014, pela manhã, os capelins já estavam reunidos, formando uma onda coordenada. Ao formarem grandes cardumes, eles economizam energia para longos deslocamentos, mas esses agrupamentos também os tornam mais vulneráveis aos predadores.

Os cientistas estão considerando a implantação do sistema OAWRS para estudar outras espécies, a fim de entender essas interações em grande escala no alto mar. Segundo Makris, esse tipo de pesquisa é vital para antecipar colapsos ecológicos súbitos nas populações de peixes que dependem desses ajuntamentos.
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