Nossa autoconfiança, uma fraqueza para a desinformação 🤔

Publicado por Adrien,
Fonte: CNRS INSB
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As redes sociais estão repletas de informações duvidosas, e torna-se essencial saber distinguir o verdadeiro do falso.

Um estudo recente publicado na Communications Psychology mostra que nossa confiança em nossos julgamentos sobre a veracidade das informações não permite prever a precisão desses julgamentos. No entanto, essa confiança é o principal fator que motiva a busca por informações adicionais para reduzir a incerteza em relação a informações ambíguas.



Um experimento revelador


Neste experimento, 259 participantes tiveram que avaliar a veracidade de breves informações, emocionalmente neutras, relacionadas a temas de ecologia, democracia e justiça social. Esses artigos, intencionalmente ambíguos, poderiam ser verdadeiros ou falsos.

Após darem sua opinião, os participantes tiveram que indicar seu nível de confiança e decidir se desejavam consultar informações adicionais para verificar seus julgamentos. Para isso, foram convidados a indicar quanto estavam dispostos a pagar para acessar essas informações adicionais (debunking), seguindo um procedimento que garantia uma revelação confiável de suas preferências.

Os resultados são impressionantes: a confiança dos participantes em sua capacidade de distinguir o verdadeiro do falso muitas vezes tinha pouca relação com sua capacidade real de julgar a veracidade da informação. Um alto nível de confiança, mesmo quando os julgamentos estavam errados, reduzia a probabilidade de buscar informações adicionais.


a - Os participantes liam uma breve notícia e tinham que estimar a probabilidade de ela ser verdadeira ou falsa, permitindo medir tanto seu julgamento de veracidade quanto sua confiança nesse julgamento.
b - A confiança dos participantes em seu julgamento da veracidade não era calibrada, ou seja, estava dissociada de sua capacidade de discernir informações verdadeiras das falsas.
c - Apesar dessa dissociação, era a partir de sua confiança no julgamento que os participantes decidiam quando receber mais informações.
© Jean-Claude Dreher

Por outro lado, os participantes menos confiantes – mesmo quando seus julgamentos estavam corretos – estavam mais propensos a investigar a verdade, buscando mais informações. Essa discrepância gera um problema crítico: a falta de consciência de suas próprias lacunas impede os indivíduos de corrigir seus erros.

O impacto da ambiguidade da informação


As características da informação também desempenham um papel importante. Informações imprecisas ou altamente polarizantes, mas verdadeiras, são frequentemente, e erroneamente, consideradas falsas com um alto grau de confiança. Por outro lado, informações falsas que parecem precisas ou menos polarizantes são frequentemente consideradas verdadeiras.

A ambiguidade da informação, mais do que as convicções pessoais ou os vieses cognitivos, surgiu como o principal culpado, levando os participantes a erros de julgamento e impedindo-os de corrigir sua percepção equivocada ao buscar informações corretivas.

Um desafio para combater a desinformação


Este estudo destaca um problema duplo. Por um lado, conteúdos ambíguos nos levam a cometer erros de julgamento. Por outro, uma confiança mal colocada em nossa capacidade de avaliar a verdade frequentemente nos impede de corrigir esses erros.

Os cientistas sugerem que, para navegar melhor no oceano de informações das mídias sociais, precisamos aprender a avaliar melhor nossa própria confiança. Soluções como programas de educação em 'debunking' ou ferramentas para analisar melhor a informação podem nos ajudar a melhorar nossas decisões diante de conteúdos ambíguos.
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