Pesquisadores da Universidade Northwestern e do Hospital Infantil Ann & Robert H. Lurie de Chicago descobriram que a saúde cardiovascular dos pais é frequentemente pior do que a dos homens sem filhos.
AJPM Focus publicou os resultados desta pesquisa. Os pesquisadores analisaram fatores como alimentação, exercícios, tabagismo, peso, pressão arterial e níveis de lipídios/glicose no sangue. Eles constataram que os pais, à medida que envelhecem, apresentam uma saúde cardiovascular inferior à dos homens sem filhos.
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Os pesquisadores acreditam que as responsabilidades adicionais e o estresse relacionado à paternidade dificultam a manutenção de um estilo de vida saudável para os pais. A falta de tempo e recursos pode impedi-los de se exercitar regularmente e manter uma alimentação equilibrada.
No entanto, o estudo também revelou um paradoxo interessante: apesar da pior saúde cardiovascular, os pais apresentavam uma taxa de mortalidade global inferior à dos homens sem filhos. Os pesquisadores explicam isso pelo fato de os pais beneficiarem de sistemas de apoio social mais fortes e da presença dos filhos adultos como futuros cuidadores.
Os jovens pais, aqueles que tiveram seu primeiro filho antes dos 25 anos, apresentavam os piores resultados em termos de saúde cardíaca, mas também taxas de mortalidade mais altas, especialmente entre homens negros e hispânicos. Os cientistas acreditam que fatores socioeconômicos, como a instabilidade financeira, tornam muito difícil para esses jovens pais priorizar sua saúde.
Para este estudo multiétnico inédito, os pesquisadores analisaram dados de 2814 homens com idades entre 45 e 84 anos participantes do Estudo Multiétnico da Aterosclerose (MESA). Acompanhando e comparando esses fatores de saúde cardiovascular entre pais e homens sem filhos ao longo do tempo, os pesquisadores puderam analisar o impacto da paternidade na saúde cardíaca à medida que envelhecem. A análise rigorosa, ajustada para variáveis conflitantes potenciais, destacou esses resultados impressionantes.
O Dr. John James Parker, autor principal do estudo, enfatiza a importância de estudar os pais como uma população única e acompanhar os resultados de saúde dos homens que se tornam pais. Segundo ele, a saúde cardiovascular é particularmente importante, pois os comportamentos e fatores de saúde são todos modificáveis.