Por que a evolução gerou divisões celulares tão diferentes entre os organismos?

Publicado por Adrien,
Fonte: Nature
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A divisão celular, essencial para a vida, varia surpreendentemente entre os organismos. Um estudo recente do grupo de Dey no EMBL Heidelberg, publicado na Nature, explora a evolução dos métodos de divisão celular em organismos próximos aos animais e fungos. Esta pesquisa destaca a conexão entre os ciclos de vida dos organismos e suas técnicas de divisão celular.


Imagem de ilustração Pixabay

Os animais e os fungos, embora separados por mais de um bilhão de anos, compartilham muitas semelhanças como eucariotos, mas divergem em vários processos fisiológicos, incluindo a mitose. A mitose "aberta" das células animais, onde a membrana nuclear se desintegra, contrasta com a mitose "fechada" dos fungos, onde esta membrana permanece intacta.

A origem desses dois modos de mitose intrigou os cientistas do grupo de Dey no EMBL. Em colaboração com Omaya Dudin da EPFL Lausanne, eles escolheram estudar os Ichthyosporea, protistas marinhos próximos aos animais e fungos. Algumas espécies desses protistas apresentam uma mitose fechada, enquanto outras adotam uma mitose aberta.

A equipe descobriu que S. arctica favorece uma mitose fechada e possui um estágio multinucleado, semelhante a muitos fungos e embriões de animais como as moscas. Em contrapartida, C. perkinsii utiliza uma mitose aberta e possui principalmente estágios mononucleados.

Essas descobertas sugerem que a mitose aberta, característica dos animais, evoluiu centenas de milhões de anos antes do surgimento dos próprios animais. Isso oferece novas perspectivas sobre a evolução dos mecanismos de divisão celular eucariota e sua diversificação em relação aos variados ciclos de vida dos organismos.

A pesquisa utilizou técnicas avançadas como a microscopia de expansão ultraestrutural, permitindo estudar a biologia celular dos Ichthyosporea. Essa abordagem interdisciplinar, combinando biologia comparada, microscopia eletrônica e genômica comparativa, abre caminhos promissores para compreender a evolução da divisão celular.

Os pesquisadores continuam seus trabalhos no âmbito do projeto PlanExM, que visa aplicar a microscopia de expansão para estudar a diversidade ultraestrutural dos protistas marinhos diretamente em amostras ambientais. Esses esforços devem esclarecer ainda mais a diversidade da vida na Terra e a evolução dos processos biológicos fundamentais.
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