Les bloqueurs de pubs mettent en péril la gratuité de ce site.
Autorisez les pubs sur Techno-Science.net pour nous soutenir.
▶ Poursuivre quand même la lecture ◀
Prever a resistência aos antifúngicos 🛡️
Publicado por Adrien, Fonte: Université Laval Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Existem atualmente apenas quatro classes de antifúngicos e a resistência dos patógenos a esses medicamentos complica o tratamento.
Uma equipe de pesquisa identificou as mutações de resistência do fungo Candida albicans, a causa mais comum de infecções fúngicas, para seis medicamentos amplamente utilizados na clínica pertencentes à classe dos azóis.
Candida albicans. Coloração: Gram. Técnica de microscopia óptica: Contraste de fase negativo. Ampliação: 2400x (para uma largura de imagem de 26 cm ~ formato A4). Imagem Wikimedia
No estudo, publicado na revista Nature Microbiology, a equipe agrupou as mutações e suas resistências aos diferentes azóis em um catálogo. Este poderá ser utilizado pelo pessoal clínico para orientá-los na escolha de tratamento.
Camille Bédard, doutoranda na Faculdade de Ciências e de Engenharia e primeira autora do estudo, destaca a necessidade de encontrar um antifúngico adequado de forma rápida, sem tentativa e erro.
"A taxa de mortalidade pode atingir 70% para pessoas imunossuprimidas no caso do patógeno C. albicans. Se os clínicos souberem com qual mutação estão lidando, eles podem consultar o catálogo para determinar o tratamento adequado de acordo com a resistência indicada", relata Camille Bédard, que trabalha sob a supervisão do professor Christian Landry.
Uma resistência cruzada preocupante
Para 88% das mutações de resistência, a proteção é eficaz para vários medicamentos azólicos ao mesmo tempo. Como os azóis testados têm todos o mesmo mecanismo de ação, a equipe esperava observar essa resistência cruzada, mas não em tal proporção. "Os azóis atuam ligando-se a uma proteína-chave para o crescimento do patógeno, permitindo sua inibição.
Quando há uma mutação de resistência, o medicamento não consegue mais se ligar à proteína e perde sua eficácia", explica a doutoranda. Como as moléculas são um pouco diferentes de um azol para outro, ela não imaginava que haveria uma proteção tão versátil.
A questão da resistência cruzada aos azóis preocupa Camille Bédard, pois esta família de antifúngicos também é utilizada na agricultura. "Alguns patógenos presentes no ambiente podem afetar os seres humanos. Esse é o caso de Aspergillus fumigatus, um fungo do solo cujos esporos podem ser inalados. Em uma pessoa imunossuprimida, isso pode causar infecções.
Se o patógeno já foi exposto a um azol agrícola, ele pode ter desenvolvido uma resistência que também o protege dos azóis médicos", alerta a jovem pesquisadora, laureada com uma Bolsa Vanier 2024.
Em um próximo artigo, ela pretende avaliar a taxa de resistência cruzada entre os azóis agrícolas e médicos para A. fumigatus e outros fungos do mesmo tipo.
Um catálogo exaustivo
Em vez de escolher mutações que pareçam interessantes, a equipe de pesquisa está interessada em todas as mutações possíveis, o que aumenta o poder de predição do catálogo. "Nós conseguimos gerar e estudar mutações que ainda não foram observadas na natureza e que podem emergir no futuro. Assim, mesmo que uma mutação seja observada pela primeira vez na clínica, ela estará no catálogo e o clínico poderá saber se há ou não resistência", explica Camille Bédard.
Para estudar as 4000 mutações potenciais, os pesquisadores utilizam uma levedura modelo, o fermento de padeiro. Ela é geneticamente modificada para produzir a mesma proteína que o patógeno C. albicans, a qual é alvo do medicamento azólico. Eles então testam a resistência colocando todos os "mutantes" em presença de cada antifúngico. Aqueles que sobreviverem serão categorizados como resistentes.
A equipe agora quer determinar se as mutações de resistência identificadas para C. albicans serão as mesmas em outros fungos patogênicos. "Será que poderíamos usar o catálogo para outros fungos ou precisaríamos de um catálogo para cada patógeno?" questiona Camille Bédard.
O estudo foi publicado na revista Nature Microbiology. Os outros signatários da Universidade Laval são Isabelle Gagnon-Arsenault, Jonathan Boisvert, Samuel Plante, Alexandre K. Dubé, Alicia Pageau, Anna Fijarczyk e Christian R Landry. Os pesquisadores Jehoshua Sharma, Laetitia Maroc, Rebecca S. Shapiro, da Universidade de Guelph, também colaboraram.