A primeira central comercial de fusão nuclear para 2030?⚡

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: MIT
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
No estado da Virgínia, um local industrial aparentemente comum pode em breve se tornar o centro de uma revolução energética mundial. A Commonwealth Fusion Systems (CFS), uma subsidiária do MIT, anunciou a construção da primeira central comercial a explorar a energia de fusão nuclear.


Um trabalhador atua no interior da câmara de vácuo de um tokamak semelhante ao SPARC.
Imagem Wikimedia

O núcleo deste projeto baseia-se na tecnologia do tokamak SPARC, em desenvolvimento em Massachusetts. Este dispositivo deverá produzir um plasma em 2026. A ambição da CFS é transformar esse protótipo em um reator capaz de fornecer 400 megawatts, suficiente para abastecer 150.000 lares.

O inverso da fissão, a fusão nuclear é uma reação na qual dois núcleos atômicos leves se combinam para formar um núcleo mais pesado. Essa técnica combina isótopos do hidrogênio. Este processo não gera resíduos radioativos duradouros nem gases de efeito estufa, tornando-se uma fonte de energia limpa por excelência.

A escolha do condado de Chesterfield não foi aleatória. Ela resulta de uma pesquisa para identificar o melhor local. Este projeto, batizado de ARC, será instalado em um parque industrial pertencente à Dominion Energy Virginia, um ator-chave nesta colaboração.

No entanto, o caminho ainda é cheio de desafios. Produzir um plasma estável a temperaturas superiores às do núcleo do Sol é uma façanha científica. Mas transformar essa descoberta em um dispositivo comercialmente viável é ainda mais ambicioso.

Os céticos lembram que a fusão promete há décadas uma energia infinita sem nunca cumprir integralmente essa promessa. Porém, os avanços tecnológicos dos últimos anos, como os ímãs de campo magnético elevado usados pela CFS, trazem novas esperanças.

A participação do MIT neste projeto traz uma credibilidade essencial. Desde 2017, o Plasma Science and Fusion Center trabalha com a CFS para superar esses desafios científicos. Essa colaboração constitui uma ponte entre a pesquisa fundamental e a aplicação industrial.

Se tudo acontecer como planejado, Chesterfield poderá tornar-se o berço de uma nova era energética. O anúncio de uma produção de eletricidade até 2030 é audacioso, mas os impactos podem transformar de forma duradoura nossa relação com a energia.

Enquanto os protótipos de fusão se multiplicam pelo mundo, a CFS pode estar liderando a corrida. Será que a energia limpa e ilimitada está finalmente ao nosso alcance?

O que é fusão nuclear?


A fusão nuclear é um processo muito comum no Universo. Ao contrário da fissão, que divide átomos pesados, a fusão combina núcleos leves, como os de hidrogênio, para formar elementos mais pesados. Esse fenômeno libera uma quantidade considerável de energia: trata-se da mesma reação que faz as estrelas brilharem.

Para desencadear a fusão, são necessárias condições extremas: temperaturas de milhões de graus e uma enorme pressão. Esses ambientes permitem que os núcleos de hidrogênio superem suas repulsões elétricas e se combinem.

A principal vantagem dessa tecnologia reside em sua limpeza. A fusão não gera resíduos radioativos de longa duração nem gases de efeito estufa, ao contrário da fissão nuclear ou das energias fósseis.

No entanto, dominar essa fonte de energia continua sendo um problema técnico de grande magnitude. Projetos como SPARC e ARC visam demonstrar que a fusão pode produzir mais energia do que consome, um passo crucial para sua utilização comercial.
Página gerada em 0.086 segundo(s) - hospedado por Contabo
Sobre - Aviso Legal - Contato
Versão francesa | Versão inglesa | Versão alemã | Versão espanhola