Esta descoberta questiona um século de ensino sobre a divisão celular 🔬

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Science
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Ao contrário do que os livros didáticos afirmam há mais de um século, a divisão celular nem sempre segue o mesmo padrão. Pesquisadores acabaram de demonstrar que as células podem se dividir de forma assimétrica, revolucionando assim os fundamentos da biologia ensinada.


Esta descoberta, publicada na Science, revela que o processo de divisão não envolve sistematicamente uma forma esférica. As células adotam comportamentos muito mais variados, influenciados por sua morfologia inicial.

A forma das células, um fator chave na divisão assimétrica


As observações mostram que células curtas e largas tendem a se arredondar antes de se dividir em duas células idênticas. Por outro lado, células alongadas mantêm sua forma e produzem células-filhas de tamanhos e funções distintas.

Esta assimetria, anteriormente associada apenas às células-tronco, desempenharia um papel essencial na formação de tecidos e órgãos. Os pesquisadores observaram este fenômeno em células endoteliais de peixe-zebra, essenciais para o crescimento dos vasos sanguíneos.

Em laboratório, a equipe reproduziu essas divisões assimétricas modificando artificialmente a forma de células humanas. Esta abordagem, chamada de "micropadronagem", confirma que a morfologia parental determina o tipo de divisão.


As mudanças de forma das células antes da divisão influenciam a maneira como elas se dividem. Quando uma célula se alonga, por exemplo ao se mover ou em um suporte estruturado, ela adota um modo de divisão chamado isomórfico. Neste modo, ela mantém suas assimetrias de forma e conteúdo durante toda a mitose. Isso vincula diretamente a forma na interfase ao desencadeamento de uma divisão celular simétrica.


Implicações importantes na medicina e pesquisa


Estes resultados poderiam esclarecer os mecanismos de progressão do câncer, onde divisões assimétricas favoreceriam a disseminação de células tumorais. Eles também abrem caminhos na medicina regenerativa, permitindo um melhor controle da diferenciação celular.

A técnica utilizada, baseada em laser UV, oferece uma precisão sem precedentes para manipular as formas celulares. Este avanço poderia ajudar a conceber terapias direcionadas, orientando o destino das células-filhas.

Os pesquisadores planejam agora estudar outros tipos celulares, a fim de determinar a extensão deste fenômeno. Uma revisão dos livros didáticos parece inevitável.
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