E se a IA entendesse as emoções melhor do que nós? 🧐

Publicado por Adrien,
Fonte: Universidade de Genebra
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Uma equipe da UNIGE e da UniBE mostra que a IA generativa pode superar os humanos em testes de inteligência emocional.


Os LLMs obtiveram pontuações significativamente melhores com 82% de respostas corretas contra 56% para os humanos.
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A inteligência artificial (IA) é capaz de sugerir comportamentos adequados diante de situações emocionalmente carregadas? Uma equipe das universidades de Genebra (UNIGE) e Berna (UniBE) submeteu seis IAs generativas, incluindo o ChatGPT, a testes de inteligência emocional normalmente reservados a indivíduos. Resultado: essas IAs superam o desempenho humano e são capazes de gerar em tempo recorde novos testes. Esses resultados abrem caminho para novos usos da IA nos domínios da educação, coaching e gestão de conflitos. Eles foram publicados na Communications Psychology.

Os grandes modelos de linguagem, ou Large Language Models (LLMs) em inglês, são sistemas de inteligência artificial capazes de processar, interpretar e gerar linguagem humana. É nesse tipo de modelo que se baseia, por exemplo, a IA generativa ChatGPT. Esses modelos podem responder a perguntas e resolver certos problemas complexos. Mas podem também sugerir comportamentos inteligentes do ponto de vista emocional?

Esses resultados abrem caminho para o uso da IA em contextos que se acreditava reservados aos humanos.

Simulações de situações


Para descobrir, uma equipe do Instituto de Psicologia da UniBE e do Centro Interfacultativo em Ciências Afetivas (CISA) da UNIGE submeteu seis LLMs (ChatGPT-4, ChatGPT-o1, Gemini 1.5 flash, Copilot 365, Claude 3.5 Haiku e DeepSeek V3) a testes de inteligência emocional.

"Escolhemos cinco testes usados na pesquisa, mas também no mundo do trabalho. Eles se apresentavam na forma de diversas simulações de situações, emocionalmente carregadas, destinadas a avaliar as competências de compreensão, regulação e gestão das emoções", explica Katja Schlegel, professora e pesquisadora principal em psicologia da personalidade, psicologia diferencial e avaliação psicológica no Instituto de Psicologia da UniBE, e autora principal do estudo.

Por exemplo: "um colega de Michael roubou sua ideia e recebe injustamente elogios. Qual seria a reação mais eficaz de Michael?"

a) Discutir com o colega em questão.

b) Falar sobre a situação com seu superior.

c) Guardar rancor do colega em silêncio.

d) Roubar uma ideia dele em troca.

Aqui, a reação b) era considerada a mais pertinente.

Paralelamente, esses mesmos cinco testes foram propostos a participantes humanos. "No final, os LLMs obtiveram pontuações significativamente melhores com 82% de respostas corretas contra 56% para os humanos", revela Marcello Mortillaro, assistente científico no CISA da UNIGE, envolvido nesses trabalhos. "Isso demonstra que essas IAs possuem conhecimentos sobre as emoções e sobre o que implica um comportamento emocionalmente inteligente."

Novos testes em tempo recorde


Em uma segunda etapa, os cientistas pediram ao ChatGPT-4 para criar novos testes de inteligência emocional, com cenários inéditos. Esses testes gerados automaticamente foram então submetidos a mais de 400 participantes.

"Eles se revelaram de uma confiabilidade, clareza e realismo similares aos dos testes originais, que haviam exigido anos de desenvolvimento", indica Katja Schlegel.

"Os LLMs não são apenas capazes de encontrar a melhor resposta entre diferentes opções propostas, mas também de gerar novos cenários adaptados a um contexto desejado. Isso reforça a ideia de que os LLMs, como o ChatGPT, são capazes de raciocínio emocional", acrescenta Marcello Mortillaro.

Esses resultados abrem caminho para o uso da IA em contextos que se acreditava reservados aos humanos, como a educação, o coaching ou a gestão de conflitos, desde que seja supervisionada por especialistas.
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