Os astronautas da Apollo descobriram pĂ©rolas de vidro de cor laranja e preta na superfĂcie da Lua, uma surpresa entre as paisagens cinzentas.
As pĂ©rolas, medindo menos de um milĂmetro, nasceram há 3,3 a 3,6 bilhões de anos durante erupções vulcânicas. Ryan Ogliore, professor da Universidade Washington, destaca sua importância como amostras intactas do interior lunar. As tĂ©cnicas modernas permitem hoje uma análise aprofundada desses artefatos.
Diagrama esquemático de uma erupção vulcânica lunar. Duas trajetórias de pérolas de vidro através da nuvem de gás vulcânico são ilustradas.
Crédito: Icarus (2025). DOI: 10.1016/j.icarus.2025.116607
O estudo publicado na
Icarus utiliza tecnologias como o NanoSIMS 50 para examinar os depósitos minerais nas pérolas. Esses instrumentos, inimagináveis na época da Apollo, revelam detalhes sem precedentes sobre as condições vulcânicas lunares antigas.
As pĂ©rolas de vidro lunares sĂŁo o resultado de erupções vulcânicas que lançaram lava no espaço. Ao se resfriarem rapidamente no vácuo, essas gotĂculas de lava formaram esferas de vidro.
Essas erupções, similares Ă s fontes de lava observáveis no HavaĂ, ocorreram há mais de 3 bilhões de anos. As pĂ©rolas capturaram assim informações sobre as condições da Ă©poca.
A composição quĂmica Ăşnica das pĂ©rolas, diferente da das rochas terrestres, permite aos cientistas entender os processos vulcânicos especĂficos da Lua. Essas descobertas enriquecem nosso conhecimento da histĂłria geolĂłgica lunar.
Imagens SEM das caracterĂsticas na superfĂcie das pĂ©rolas de vidro pretas 74001.
Crédito: Icarus (2025). DOI: 10.1016/j.icarus.2025.116607
Para preservar sua integridade, os pesquisadores extraĂram as pĂ©rolas das amostras sem exposição ao ar terrestre. Os minerais e a composição isotĂłpica das superfĂcies das pĂ©rolas revelam a evolução das erupções vulcânicas lunares ao longo do tempo.