🦟 Descoberta excepcional: insetos de 112 milhões de anos preservados em âmbar

Publicado por Adrien,
Fonte: Communications Earth & Environment
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Numa pedreira equatoriana, pesquisadores descobriram um tesouro fossilizado excepcional: âmbar com 112 milhões de anos contendo insetos perfeitamente preservados. Esta descoberta abre uma janela única sobre as florestas tropicais que cobriam o supercontinente Gondwana no Cretáceo, um período crucial da história da vida na Terra onde os continentes modernos começavam a se separar.

O âmbar, esta resina de árvore fossilizada, possui a propriedade notável de prender e preservar organismos vivos com detalhes incríveis. Enquanto a maioria dos depósitos de âmbar conhecidos se encontram no hemisfério norte, esta descoberta no Equador preenche uma lacuna importante na nossa compreensão da biodiversidade antiga do hemisfério sul. Os cientistas identificaram dois tipos de âmbar distintos: um formado em profundidade ao redor das raízes das árvores, outro exposto ao ar livre antes de sua fossilização.


Este besouro provavelmente se alimentava de fungos numa floresta do Cretáceo.
Crédito: Enrique Peñalver

A análise minuciosa de 60 amostras de âmbar aéreo revelou 21 inclusões biológicas notáveis. Entre estes tesouros congelados no tempo, os pesquisadores identificaram representantes de cinco ordens de insetos diferentes, incluindo dípteros (moscas), coleópteros (besouros) e himenópteros (que reúnem formigas e vespas). Uma teia de aranha fossilizada completa este quadro de uma biodiversidade antiga particularmente bem preservada.

As características destas inclusões biológicas, combinadas com o estudo dos fósseis vegetais circundantes - esporos, pólen e outros restos - permitem reconstituir o ambiente da época. Os cientistas descrevem uma floresta úmida e densa, dominada por árvores produtoras de resina, situada na parte meridional do Gondwana. Esta descoberta oferece assim um retrato detalhado de um ecossistema tropical do Cretáceo.

Este estudo, publicado na Communications Earth & Environment, representa um avanço maior para a paleontologia. Permite estudar organismos frágeis como os insetos e aracnídeos que se fossilizam raramente em outras condições.

Âmbar: uma cápsula do tempo natural


O âmbar se forma quando a resina secretada por certas árvores, principalmente coníferas, sofre um processo de fossilização ao longo de milhões de anos. Este material orgânico endurece progressivamente enquanto conserva sua transparência, o que permite observar as inclusões que ele contém.

A resina fresca age como uma armadilha natural para os pequenos organismos. Sua viscosidade inicial impede sua fuga, depois sua solidificação progressiva os aprisiona definitivamente. O ambiente anaeróbico criado pela encapsulação impede a decomposição, preservando assim as estruturas mais delicadas.

Ao contrário dos fósseis clássicos onde apenas as partes duras se conservam, o âmbar pode preservar detalhes anatômicos extremamente finos: asas membranosas, pelos sensoriais, até mesmo células e moléculas orgânicas em alguns casos excepcionais. Esta conservação faz dele uma ferramenta preciosa para o estudo da evolução.
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