🧄 Estudo: alho tão eficaz quanto os melhores antissépticos

Publicado por Adrien,
Fonte: Journal of Herbal Medicine
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No campo dos cuidados bucais, uma alternativa natural pode revolucionar os hábitos: o extrato de alho demonstra uma eficácia antimicrobiana surpreendente, comparável à dos produtos de referência como a clorexidina. Esta descoberta abre caminho para soluções mais ecológicas e acessíveis no combate a infeções bucais.

Pesquisadores da Universidade de Sharjah publicaram uma revisão sistemática no Journal of Herbal Medicine, analisando o desempenho do extrato de alho face à clorexidina. Os seus trabalhos revelam que, apesar de um maior desconforto durante a utilização, como sensações de ardor, o enxaguante à base de alho oferece uma atividade prolongada contra os micróbios. Esta persistência pode compensar os incómodos sentidos pelos pacientes, de acordo com os dados recolhidos.


Imagem ilustrativa Pixabay

Para garantir o rigor da sua análise, os cientistas aplicaram as diretrizes PRISMA 2020 e o quadro PICO, métodos reconhecidos para estruturar questões de pesquisa clínica. De um total de 389 artigos identificados em seis bases de dados eletrónicas em janeiro de 2024, apenas cinco estudos foram selecionados após eliminação de duplicados e aplicação de critérios rigorosos. Esta seleção minuciosa visa garantir a fiabilidade das conclusões tiradas.

Os resultados mostram uma eficácia variável consoante a concentração do extrato de alho e a duração da aplicação. Alguns estudos indicam que a clorexidina mantém melhor o pH da placa dentária, enquanto outros relatam uma superioridade do alho em doses específicas.

Os efeitos secundários associados ao extrato de alho, incluindo um odor desagradável e irritações, permanecem geralmente menos graves do que os relacionados com compostos sintéticos. No entanto, estas desvantagens podem influenciar a adesão dos pacientes a esta alternativa natural. Os autores notam que, apesar destas limitações, as reduções significativas nas contagens bacterianas observadas justificam uma exploração mais aprofundada.

O alho, rico em alicina, é cultivado à escala mundial com um consumo superior a 30 milhões de toneladas em 2024, dominado pela China. O seu mercado de extratos vale mais de 15 mil milhões de dólares, refletindo o seu potencial em vários setores da saúde. Estas aplicações estendem-se para além dos cuidados bucais, incluindo produtos de venda livre para usos antifúngicos e antibacterianos.

Os autores apelam a pesquisas clínicas adicionais com amostras maiores e um acompanhamento prolongado para confirmar a eficácia do extrato de alho. Uma tal validação pode alargar a sua utilização na prática dentária, oferecendo uma opção viável face às preocupações crescentes sobre a resistência aos antimicrobianos e os efeitos indesejáveis dos agentes químicos.

A alicina, um composto com múltiplas virtudes


A alicina é um composto sulfurado presente no alho, libertado quando o bulbo é esmagado ou cortado. É responsável pelas propriedades antimicrobianas amplamente documentadas, atuando contra uma variedade de bactérias, fungos e vírus. Esta molécula interfere com as enzimas essenciais dos micróbios, perturbando o seu metabolismo e conduzindo à sua inativação. A sua ação rápida torna-a um candidato promissor para aplicações médicas e sanitárias.

A estabilidade da alicina é um fator chave na sua utilização prática. Degrada-se rapidamente ao ar livre ou a temperaturas elevadas, o que pode limitar a sua eficácia nas formulações comerciais. Para contornar este problema, os investigadores desenvolvem métodos de estabilização, como a encapsulação, que preservam a sua atividade antimicrobiana durante períodos mais longos. Estes avanços podem alargar o seu uso em produtos de cuidados.

Para além dos seus efeitos antimicrobianos, a alicina apresenta propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, benéficas para a saúde geral. Estudos epidemiológicos ligam o consumo regular de alho a uma redução dos riscos cardiovasculares e de alguns cancros. Estas vantagens adicionais reforçam o interesse na integração do extrato de alho nas rotinas de prevenção, para além das simples aplicações bucais.

As pesquisas futuras concentram-se na otimização da extração e da formulação da alicina para maximizar os seus benefícios. Ao compreender melhor os seus mecanismos de ação, os cientistas esperam desenvolver terapias direcionadas que explorem plenamente o seu potencial natural, minimizando ao mesmo tempo os efeitos secundários como as irritações ou os odores persistentes.
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