🦕 Quando os dinossauros esqueceram como voar!

Publicado por Adrien,
Fonte: Communications Biology
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No leste da China, fósseis de dinossauros chamados Anchiornis foram descobertos com suas penas intactas. Esses espécimes, com 160 milhões de anos, oferecem uma oportunidade única de estudar a anatomia das asas da época.

Os pesquisadores se concentraram em particular em um detalhe muitas vezes negligenciado: a muda das penas. Nas aves atuais, a maneira como as penas são substituídas pode indicar se o animal depende do voo (explicação no final do artigo). Um processo ordenado mantém a simetria das asas, enquanto uma muda irregular é típica de espécies incapazes de voar. Ao examinar os fósseis, a equipe pôde observar esse padrão.

O Dr. Yosef Kiat e seus colaboradores analisaram nove fósseis de Anchiornis. A preservação das penas permitiu identificar a estrutura das asas e novas penas em crescimento. Seu estudo mostra um padrão de muda desordenado, indicando que esses dinossauros não podiam voar, uma interpretação baseada em comparações com as aves atuais.


Fósseis de Anchiornis com 160 milhões de anos.
Crédito: Tel Aviv University

Esta observação nos informa sobre o grupo dos Pennaraptora, dinossauros com penas ancestrais das aves atuais (veja abaixo). Assim como as avestruzes ou pinguins contemporâneos, alguns membros dessa linhagem podem ter abandonado o voo devido a mudanças em seu ambiente. Isso mostra como adaptações podem ser reversíveis ao longo do tempo.

A pesquisa, publicada na Communications Biology, demonstra que a evolução das asas era mais diversa do que se pensava. O simples detalhe da muda das penas permite reconstituir comportamentos funcionais em criaturas antigas, oferecendo uma nova perspectiva sobre a fauna pré-histórica e suas capacidades.

A muda das penas nas aves


A muda é o processo pelo qual as aves substituem suas penas gastas. É essencial para manter a eficiência do voo ou do isolamento térmico. Nas espécies voadoras, a muda ocorre de maneira gradual e simétrica para não comprometer a capacidade de voo. Por outro lado, nas aves incapazes de voar, como a avestruz, a muda pode ser mais aleatória e menos organizada.

Este fenômeno é regulado por fatores hormonais e ambientais. A frequência e o padrão de muda diferem conforme as espécies e suas necessidades. Por exemplo, as aves migratórias frequentemente sincronizam sua muda com seus ciclos de migração para evitar perder penas importantes durante o voo.

O estudo da muda em fósseis, como no caso do Anchiornis, permite aos paleontólogos deduzir traços funcionais. Ao comparar com as aves modernas, eles podem inferir se um dinossauro era capaz de voar ou não. Esta abordagem oferece uma ferramenta preciosa para reconstruir a evolução dos comportamentos e adaptações.

Os Pennaraptora, um elo crucial


Os Pennaraptora são um grupo de dinossauros com penas que surgiu há aproximadamente 175 milhões de anos. Eles incluem espécies como o Anchiornis e são considerados os ancestrais diretos das aves atuais. Esta linhagem é a única entre os dinossauros a ter sobrevivido à extinção em massa do final do Mesozoico, há 66 milhões de anos.

Essas criaturas apresentavam características transitórias, como penas complexas e estruturas esqueléticas adaptadas ao voo. Seu estudo permite traçar como as características aviárias, como as asas e o bico, se desenvolveram progressivamente. Os fósseis de Pennaraptora, frequentemente bem preservados na China, fornecem indicações importantes sobre essa evolução.

A diversidade dentro dos Pennaraptora indica que a evolução não foi uniforme. Algumas espécies podem ter desenvolvido capacidades de voo primitivas, enquanto outras as perderam em resposta a pressões ambientais.
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