Les bloqueurs de pubs mettent en péril la gratuité de ce site.
Autorisez les pubs sur Techno-Science.net pour nous soutenir.
▶ Poursuivre quand même la lecture ◀
🐮 Um suplemento alimentar para tornar as vacas mais "ecológicas"
Publicado por Adrien, Fonte: Universidade McGill Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Um novo estudo internacional conduzido pela Universidade McGill, em colaboração com a Jefo Nutrition, mostra que a adição de vitaminas B microencapsuladas à alimentação de vacas leiteiras pode reduzir sensivelmente as emissões de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo que aumenta a produção leiteira e a qualidade do leite.
Em sete países, a utilização deste aditivo resultou numa redução do potencial de aquecimento global - medida dos impactos climáticos reconhecida internacionalmente - atingindo 18 %.
Imagem de ilustração Pixabay
Os cientistas calcularam que só no Canadá, a sua utilização permitiria reduzir as emissões de carbono em quinhentas mil toneladas. Para chegar a este número, eles levaram em conta não apenas as emissões provenientes das vacas e do seu estrume, mas também outros aspetos da produção leiteira, como o armazenamento e o transporte dos alimentos.
"A produção animal representa cerca de 11 a 19% das emissões globais, e a alimentação é uma das alavancas mais fáceis de acionar pelos produtores", explica Ebenezer Miezah Kwofie, coautor do estudo e professor adjunto de engenharia de bio-recursos na Universidade McGill. "O nosso objetivo foi examinar o que pode ser feito para reduzir as emissões através de aditivos alimentares e determinar como as variações de uma região para outra alteram a dinâmica."
A biologia das vacas levada em conta
A maioria dos suplementos vitamínicos degrada-se no rúmen, o segundo estômago da vaca, antes de poder ser totalmente absorvida. A equipa utilizou vitaminas B microencapsuladas concebidas para contornar o rúmen e libertar os nutrientes no intestino delgado, onde a absorção é máxima.
"Geralmente, usam-se vitaminas não protegidas após o parto, quando a lactação inflige um stress significativo ao animal", esclarece Prince Agyemang, doutorando e coautor do estudo. "Assim, elas são libertadas no momento certo."
Esta melhoria da eficiência nutricional resultou num aumento do volume de leite produzido, assim como num aumento do seu teor em matéria gorda e proteínas, elementos chave para a fixação do preço do leite. Como as vacas geravam mais leite por unidade de alimento consumido, os impactos ambientais por quilograma de leite diminuíram. Esta otimização também reduziu a pressão sobre as terras agrícolas e os recursos hídricos necessários para o cultivo das plantas forrageiras.
Metodologia e variações regionais
Foram realizados ensaios em quintas comerciais na América do Norte, América do Sul, Europa e Austrália, em períodos de lactação de 120 a 213 dias. Os ingredientes e a composição nutricional das rações alimentares foram uniformizados de modo a permitir aos investigadores isolar o efeito do aditivo.
Os impactos ambientais foram avaliados em conformidade com a norma ISO 14044 e com o guia da Federação Internacional do Leite, que mede as emissões ao longo de todo o ciclo de vida, desde a produção inicial até à saída da quinta. Os cientistas estudaram o potencial de aquecimento global por quilograma de leite corrigido para a matéria gorda e proteínas, medida de referência que tem em conta o valor energético do leite e permite comparações equitativas entre as regiões.
As diferenças regionais permitiram à equipa avaliar a influência das variações de alimentação e de clima na eficácia do suplemento. As quedas mais marcadas foram constatadas na América Latina, atingindo 18% no México e 10% no Chile.
O custo ambiental relacionado com a fabricação e o transporte do aditivo era mínimo, representando menos de 0,02% da pegada de carbono total por quilograma de leite corrigido.
Próximos passos
A equipa planeia modelar cenários de implementação à escala nacional e examinar combinações com outros aditivos, incluindo aqueles que visam mais diretamente as emissões de metano. Ela deseja também conceber ferramentas que ajudem os agricultores a comunicar as suas reduções de emissões aos retalhistas e aos consumidores.