O que são esses espaguetes no coração da nossa galáxia? 🔭

Publicado por Adrien,
Fonte: The Astrophysical Journal
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A apenas 200 anos-luz do buraco negro supermassivo da Via Láctea, uma região chamada Sagittarius C intriga os astrônomos. Observações recentes revelam fenômenos inesperados nesta zona extrema.

Graças ao telescópio espacial James Webb, uma equipe internacional pôde estudar Sagittarius C com uma precisão sem precedentes. Os pesquisadores descobriram filamentos de gás ionizado, parecidos com espaguetes, atravessados por campos magnéticos intensos. Essas estruturas poderiam explicar o ritmo mais lento do que o esperado de formação de estrelas nesta região.


Imagem composta de Sagittarius C mostrando os filamentos de gás ionizado em ciano.
Crédito: The Astrophysical Journal.

Os cientistas, incluindo John Bally da Universidade do Colorado, publicaram seus resultados na The Astrophysical Journal. Eles sugerem que os campos magnéticos poderiam impedir o colapso das nuvens moleculares, limitando assim o nascimento de novas estrelas. Esta descoberta esclarece as condições extremas que reinam perto do centro galáctico.

Samuel Crowe, estudante da Universidade da Virgínia e principal autor do estudo, destaca a singularidade de Sagittarius C. Ao contrário de outros berçários estelares, esta região apresenta uma morfologia incomum, marcada pela influência dos campos magnéticos. Essas observações oferecem um vislumbre dos processos em ação no Universo jovem, em condições similares.

Os pesquisadores também estudaram as protoestrelas de Sagittarius C, revelando como elas dispersam o gás circundante. Este fenômeno, embora comum, assume uma dimensão particular neste ambiente extremo. Os dados do telescópio Webb permitem entender melhor o ciclo de vida das estrelas na Via Láctea.

Rubén Fedriani, coautor do estudo, expressa sua surpresa com a descoberta dos filamentos. Essas estruturas, não antecipadas, poderiam estar ligadas à interação entre os campos magnéticos e o gás que gira em torno do buraco negro central. Esta interação esculpe o ambiente único de Sagittarius C.

Os cientistas estimam que Sagittarius C poderia em breve deixar de produzir estrelas. O gás restante está sendo dispersado pelas estrelas jovens já formadas, e este berçário estelar poderia desaparecer em algumas centenas de milhares de anos.

Como os campos magnéticos influenciam a formação das estrelas?


Os campos magnéticos desempenham um papel crucial na limitação da formação estelar, impedindo o colapso gravitacional das nuvens moleculares. Em regiões como Sagittarius C, esses campos são tão intensos que podem retardar ou até mesmo parar o processo de formação estelar.

Os filamentos observados em Sagittarius C são o resultado da interação entre o gás ionizado e os campos magnéticos. Essas estruturas, ao canalizar o gás, poderiam limitar a quantidade de matéria disponível para formar novas estrelas.

Esta descoberta ajuda a entender por que algumas regiões do Universo, apesar de condições aparentemente favoráveis, produzem menos estrelas do que o esperado. Os campos magnéticos surgem assim como um fator chave na evolução das galáxias.
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