Super-Terras em todo o Universo, e isso é uma surpresa! 🌍

Publicado por Adrien,
Fonte: Science
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As super-Terras podem ser muito mais comuns no Universo do que se pensava. Um estudo recente que utilizou a rede de telescópios KMTNet revelou sua presença em locais inesperados.

Esta descoberta baseia-se numa técnica chamada microlente gravitacional, que permite detectar planetas ao observar as deformações da luz de estrelas distantes. Os investigadores identificaram assim super-Terras orbitando a distâncias comparáveis às de Júpiter em torno do Sol, uma configuração até então considerada rara.


A equipa internacional, que inclui cientistas de vários países, analisou dados recolhidos pelos telescópios KMTNet. Estes instrumentos, localizados na África do Sul, no Chile e na Austrália, observam permanentemente milhões de estrelas em busca destes eventos de microlente.

Os resultados sugerem que, para três estrelas na nossa galáxia, existiria pelo menos uma super-Terra com uma órbita extensa. Esta abundância inesperada coloca em questão as teorias atuais sobre a formação de planetas, que previam a raridade de tais mundos a estas distâncias.

As microlentes gravitacionais oferecem uma vantagem única: permitem detectar planetas independentemente do seu brilho. Este método relativamente novo já permitiu descobrir 237 exoplanetas entre os mais de 5.500 conhecidos até hoje.

Os investigadores também compararam as suas observações com simulações teóricas. Embora tenham sido feitos progressos, os mecanismos exatos de formação destas super-Terras continuam a ser um tema de debate entre os cientistas.

Este estudo, publicado na Science, abre novas perspetivas sobre a diversidade dos sistemas planetários.

O que é uma microlente gravitacional?


Uma microlente gravitacional é um fenómeno astrofísico previsto pela teoria da relatividade geral de Einstein. Ocorre quando um objeto massivo, como uma estrela ou um planeta, passa em frente a uma estrela mais distante do nosso ponto de vista.

Esta passagem deforma o espaço-tempo em torno do objeto massivo, curvando a luz da estrela de fundo. Esta distorção cria um aumento temporário no brilho da estrela, que pode durar de algumas horas a vários meses.

Os astrónomos utilizam estas variações de brilho para detetar a presença de objetos invisíveis de outra forma, como planetas ou anãs castanhas. A microlente é particularmente útil para encontrar planetas situados longe da sua estrela, onde outros métodos falham.

No entanto, estes eventos são raros e exigem a monitorização de milhões de estrelas para capturar alguns. Redes de telescópios como o KMTNet são essenciais para aumentar as chances de deteção.

Por que as super-Terras são tão interessantes?


As super-Terras, com massas entre a da Terra e a de Neptuno, representam uma categoria de planetas ausente do nosso Sistema Solar. O seu estudo pode, portanto, ensinar-nos muito sobre a diversidade de mundos no Universo.

Estes planetas podem ter composições variadas, desde mundos rochosos semelhantes à Terra até planetas cobertos por oceanos ou atmosferas espessas. A sua presença a distâncias variadas da sua estrela coloca questões sobre as condições necessárias para a formação planetária.

A descoberta de super-Terras em órbitas extensas, como as reveladas pelo estudo KMTNet, sugere que os mecanismos de formação planetária são mais diversificados do que o previsto. Isto poderia implicar processos ainda mal compreendidos, como a migração planetária ou a acreção de gás a grande distância.

Compreender estes planetas é crucial para avaliar a probabilidade de encontrar mundos habitáveis. As super-Terras, pelo seu tamanho e diversidade, poderiam abrigar ambientes propícios à vida, muito diferentes daqueles que conhecemos.
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