O THC em baixa dose pode reverter o envelhecimento cerebral

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: ACS Pharmacology & Translational Science
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, e da Universidade Hebraica de Jerusalém sugere que o tetrahidrocanabinol (THC), principal componente psicoativo da cannabis, pode reverter alguns efeitos do envelhecimento cerebral.

Ao administrar baixas doses de THC por um longo período a camundongos idosos, os cientistas observaram uma melhoria nas funções cognitivas, bem como uma redução dos sinais metabólicos de envelhecimento.


Imagem de ilustração Pixabay

Os pesquisadores focaram na via celular mTOR, uma proteína chave que regula o metabolismo e o envelhecimento das células. O estudo revelou que o THC inicialmente estimula a atividade do mTOR no cérebro, o que favorece a produção de energia e proteínas sinápticas, essenciais para a formação e manutenção das conexões neurais. Essa atividade aumentada no cérebro é seguida por uma diminuição da atividade do mTOR em outros tecidos, como as gorduras e o sangue, lembrando os efeitos benéficos de uma dieta hipocalórica.

Para conduzir esta pesquisa, os cientistas administraram THC a camundongos por 28 dias, monitorando o efeito desse tratamento nas suas funções cerebrais e metabolismo. Os resultados mostram que o tratamento com THC aumentou temporariamente a atividade mTOR no hipocampo, uma região do cérebro essencial para o aprendizado e a memória. Além disso, essa estimulação resultou em um aumento nas proteínas sinápticas, como a sinaptofisina e a PSD-95, fortalecendo assim as conexões neurais.

De maneira surpreendente, os pesquisadores também constataram uma diminuição da atividade do mTOR no tecido adiposo dos camundongos tratados, semelhante aos efeitos de uma dieta com baixo teor calórico. Essa redução de atividade pode contribuir para os efeitos antienvelhecimento observados. Essa dualidade no efeito do THC pode explicar seu potencial em proteger o cérebro do envelhecimento, ao mesmo tempo em que regula os processos metabólicos no organismo.

No entanto, os resultados deste estudo, embora promissores, devem ser interpretados com cautela. O modelo animal utilizado apresenta diferenças significativas em relação ao ser humano, e pesquisas adicionais são necessárias para confirmar se esses efeitos podem ser reproduzidos em humanos. Além disso, o estudo levanta questões sobre a segurança a longo prazo do uso de THC, especialmente no que diz respeito às dosagens ótimas e possíveis efeitos colaterais.

Esta pesquisa abre caminho para novas abordagens terapêuticas para combater o declínio cognitivo relacionado à idade, explorando os potenciais efeitos protetores do THC no cérebro envelhecido.
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