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🦈 O tubarão-azul pode mudar de cor, como um camaleão
Publicado por Cédric, Autor do artigo: Cédric DEPOND Fonte:Eurekalert Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Ao contrário do que seu nome sugere, o tubarão-azul (Prionace glauca) esconderia uma habilidade surpreendente: mudar de cor. Uma equipe de pesquisadores de Hong Kong identificou nanoestruturas em sua pele, semelhantes às dos camaleões, abrindo novas perspectivas sobre sua adaptação ao ambiente marinho.
Dentículos dérmicos do tubarão-azul. Crédito: Doutora Viktoriia Kamska
Esta descoberta baseia-se na análise detalhada das escamas denticuladas do tubarão, revelando um sofisticado mecanismo óptico. Os cientistas sugerem que essas estruturas poderiam reagir ao ambiente, oferecendo uma vantagem de camuflagem inédita entre os tubarões.
Um mecanismo nanométrico
A cor azul do tubarão provém de cristais de guanina, que refletem a luz azul, associados a melanossomos que absorvem outros comprimentos de onda. Esses elementos, encapsulados em células distintas, atuam como um espelho seletivo e um filtro absorvente.
O espaçamento entre as camadas de cristais determina a tonalidade: quando mais próximas, produzem azul; quando mais afastadas, mudam para verde ou amarelo. Simulações numéricas confirmaram essa flexibilidade, embora sua ativação natural ainda precise ser observada in situ.
Esse sistema lembra o dos camaleões, mas com uma particularidade evolutiva própria dos tubarões, separados dos peixes ósseos há milhões de anos.
Uma adaptação ambiental?
Os pesquisadores levantam a hipótese de que a pressão da água em grandes profundidades comprime os cristais, escurecendo a pele para melhor se fundir com o ambiente abissal. Tal adaptação seria a primeira demonstrada em um tubarão, embora outras espécies apresentem sinais semelhantes.
As aplicações potenciais já inspiram a engenharia biomimética. A coloração estrutural, menos poluente que os pigmentos químicos, interessa especialmente aos setores marítimos e têxteis.
Por fim, este estudo destaca a diversidade de estratégias animais para produzir azul, uma cor rara na natureza. Os tubarões oferecem assim um novo modelo para entender a evolução dos mecanismos ópticos.