Um antiveneno universal graças a um homem imune a cobras �

Publicado por Adrien,
Fonte: Cell
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Um homem imune ao veneno de cobra inspirou a criação de um antiveneno inovador. Este avanço pode salvar milhares de vidas todos os anos nas regiões mais afetadas.

Os pesquisadores desenvolveram um antiveneno de amplo espectro, capaz de neutralizar toxinas de várias espécies de cobras venenosas. Esta inovação se baseia em anticorpos humanos e uma pequena molécula inibidora, oferecendo proteção sem precedentes. Testes em camundongos mostraram resultados promissores contra cobras como a mamba-negra e a cobra-real.


Imagem ilustrativa Pixabay

O método tradicional de produção de antiveneno, que utiliza animais, apresenta limitações importantes. Muitas vezes, ele é específico para uma espécie e pode causar reações imunológicas em humanos. A nova abordagem, baseada em anticorpos humanos, elimina essas desvantagens e abre caminho para um tratamento universal.

Tim Friede, o doador de anticorpos, se expôs voluntariamente a picadas de cobras por quase duas décadas. Seu sistema imunológico desenvolveu uma resistência única às neurotoxinas. Os cientistas isolaram e combinaram seus anticorpos com uma molécula inibidora para criar um coquetel eficaz contra 13 das 19 espécies testadas.

As próximas etapas incluem testes em animais domésticos na Austrália, onde picadas de cobra são frequentes. Os pesquisadores também planejam desenvolver um antiveneno para víboras, a outra grande família de cobras venenosas. Este projeto exigirá apoio financeiro significativo para avançar à fase de produção.

A equipe espera que este antiveneno possa ser acessível às populações rurais de países em desenvolvimento, as mais afetadas por envenenamentos. Fundações filantrópicas e governos são convidados a apoiar esta iniciativa. Os resultados deste estudo foram publicados na revista Cell.

Como funciona um antiveneno?


Um antiveneno age neutralizando as toxinas presentes no veneno da cobra. Ele contém anticorpos específicos que se ligam às toxinas, impedindo sua ação nociva no organismo. Estes anticorpos são geralmente produzidos injetando pequenas doses de veneno em animais, como cavalos, e depois coletando seus anticorpos.

O novo método utiliza anticorpos humanos, reduzindo os riscos de reações imunológicas. Estes anticorpos são combinados a uma pequena molécula inibidora para reforçar sua eficácia. Esta abordagem permite atacar várias toxinas simultaneamente, oferecendo proteção mais ampla.

Os antivenenos tradicionais são muitas vezes específicos para uma espécie ou região. O desenvolvimento de um antiveneno universal representa um grande avanço para áreas onde várias espécies venenosas coexistem. Isso poderia simplificar estoques e protocolos de tratamento em hospitais.

As pesquisas continuam para estender esta proteção às víboras, outra família de cobras venenosas. O objetivo é criar um ou dois coquetéis antivenenosos cobrindo a maioria das espécies perigosas, conforme necessidades geográficas.

O que é autoimunização?


A autoimunização é um processo em que uma pessoa se expõe voluntariamente a substâncias para estimular seu sistema imunológico. No caso de Tim Friede, ele se deixou picar por cobras venenosas e se injetou pequenas doses de veneno para desenvolver resistência.

Esta prática, embora arriscada, permitiu que seu corpo produzisse anticorpos capazes de neutralizar várias neurotoxinas. Estes anticorpos se tornaram a base do novo antiveneno. A autoimunização não é recomendada sem supervisão médica devido aos perigos potenciais.

A autoimunização levanta questões éticas e de segurança, mas neste caso, levou a uma grande descoberta científica. Os resultados podem revolucionar o tratamento de picadas de cobra, especialmente em regiões com acesso limitado a cuidados médicos.
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