A luta contra a depressão, uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, ganhou um novo ímpeto com um estudo recente conduzido por uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco. Este estudo, recentemente publicado em
Scientific Reports, revela uma ligação intrigante entre a temperatura corporal e a depressão, abrindo assim novas perspectivas de tratamento para esta doença.
Durante sete meses, os pesquisadores analisaram os dados de mais de 20.000 participantes de 106 países diferentes. Esses participantes foram equipados com dispositivos portáteis que mediam sua temperatura corporal e também relataram diariamente seus sintomas de depressão. Os resultados são surpreendentes: à medida que a gravidade dos sintomas depressivos aumentava, os participantes apresentavam temperaturas corporais mais elevadas.
O estudo não pode determinar com certeza se é a depressão que eleva a temperatura corporal, ou o contrário. Os pesquisadores supõem que essa correlação pode estar ligada a uma diminuição da capacidade do corpo de se resfriar durante um episódio de depressão, associada a uma produção aumentada de calor pelo metabolismo.
Os resultados deste estudo podem ter um impacto significativo no tratamento desta doença psíquica. Pesquisas anteriores já mostraram que métodos de tratamento baseados na regulação da temperatura corporal, como banhos de imersão e saunas, podiam atenuar os sintomas da depressão. De fato, devido ao auto-resfriamento causado pela transpiração, o corpo tem a surpreendente capacidade de se resfriar mais eficazmente quando exposto a calor externo do que quando imerso em gelo.
Esta nova descoberta sugere que o monitoramento da temperatura corporal de pacientes com depressão poderia permitir uma personalização mais eficaz dos tratamentos à base de calor. No entanto, serão necessários mais estudos para compreender completamente os mecanismos subjacentes desta correlação e para desenvolver intervenções terapêuticas mais focadas.