As fotografias recentes de um astrofotógrafo amador destacaram um fenômeno intrigante em Júpiter: duas gigantescas tempestades brancas, visíveis na Cinturão Equatorial Sul (CES) do planeta. Esses turbilhões podem alterar a aparência da gigante gasosa, segundo especialistas.
Essas gigantescas tempestades brancas podem alterar a coloração habitual do Cinturão Equatorial Sul de Júpiter. Crédito: Michael Karrer
Essas tempestades, registradas por Michael Karrer na Áustria com um telescópio de 20 centímetros, mostram manchas brancas impressionantes em uma região normalmente marcada por faixas de nuvens acastanhadas. John Rogers, da Associação Astronômica Britânica, explica que formações semelhantes não eram observadas desde 2016-2017.
Essas tempestades, com profundidade de quase 100 quilômetros, superam em largura o tamanho da Terra. No entanto, elas não durarão tanto quanto a Grande Mancha Vermelha, outra tempestade emblemática de Júpiter. Sua desintegração causará a fusão dos tons brancos com as nuvens marrons circundantes, um fenômeno já visível nas imagens.
A diluição do cinturão marrom não é inédita. Entre 1973 e 1991, e novamente em 2010, a CES desapareceu temporariamente devido a tempestades semelhantes. Contudo, os cientistas acreditam que ainda é cedo para prever uma transformação comparável nos dias de hoje.
Essas tempestades são alimentadas por convecção, um processo semelhante ao das tempestades terrestres. Porém, os raios de Júpiter diferem consideravelmente dos nossos: sua luz verde é atribuída à presença de amônia na atmosfera, enquanto na Terra, os raios geralmente exibem tons azulados devido ao vapor de água.
Os raios de Júpiter, capturados pela missão Juno, apresentam uma tonalidade verde devido à amônia atmosférica. Crédito: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS, tratamento Kevin M. Gill
Júpiter, que acaba de alcançar sua oposição, encontra-se atualmente em condições ideais para ser observado da Terra. O fenômeno oferece uma oportunidade única para astrônomos amadores examinarem este gigante planetário, com ou sem equipamentos sofisticados, enquanto ele permanece visível na constelação de Touro.
Essas novas observações destacam que mesmo os fenômenos conhecidos do nosso Sistema Solar continuam surpreendendo, graças à vigilância de entusiastas apaixonados.