Nas profundezas do oceano, perto das ilhas Sandwich do Sul, uma criatura marinha surpreendente foi filmada. Não se trata de uma aranha comum, mas de uma aranha-do-mar, um organismo que impressiona pelo seu tamanho.
Essas aranhas-do-mar, ou picnogonídeos, são parentes distantes das aranhas terrestres. Com envergaduras que podem atingir até 51 centímetros, elas superam em muito as maiores aranhas terrestres. Esse tamanho impressionante é atribuído ao gigantismo abissal, um fenômeno em que as criaturas das profundezas marinhas se tornam muito maiores do que suas equivalentes em águas rasas.
O gigantismo abissal é particularmente comum perto dos polos, onde as temperaturas geladas favorecem um metabolismo mais lento. Isso permite que essas criaturas alcancem tamanhos surpreendentes. As aranhas-do-mar são descritas como abundantes e de grande porte nessas regiões polares.
Existem cerca de 1.500 espécies de aranhas-do-mar conhecidas, mas muitas provavelmente ainda estão por ser descobertas. Essas criaturas habitam os oceanos de todo o mundo. Os maiores espécimes são geralmente encontrados em profundidades entre 2.200 e 4.000 metros.
Ao contrário das aranhas terrestres, as aranhas-do-mar não tecem teias nem cavam tocas. Em vez disso, elas usam uma estrutura bucal tubular especializada, chamada probóscide, para sugar suas presas, como anêmonas-do-mar, águas-vivas e outros invertebrados.
Este vídeo recente foi capturado por pilotos de veículos operados remotamente durante a expedição às ilhas Sandwich do Sul pelo Schmidt Ocean Institute. Essa missão visa localizar e descrever novas espécies nessas águas geladas. Segundo o instituto, apenas 10% da vida oceânica foi descoberta até hoje.
O que é o gigantismo abissal?
O gigantismo abissal é um fenômeno biológico em que as criaturas que vivem nas profundezas marinhas atingem tamanhos muito maiores do que seus equivalentes em águas rasas. Esse fenômeno é frequentemente observado em espécies que vivem em profundidades extremas, onde as condições ambientais são radicalmente diferentes da superfície.
Os cientistas atribuem esse gigantismo a vários fatores, incluindo as temperaturas frias e a alta pressão das profundezas marinhas. Essas condições permitem um metabolismo mais lento, o que pode favorecer um crescimento maior. Além disso, nas profundezas, os recursos alimentares são escassos e dispersos, o que também pode incentivar um tamanho maior para aumentar as chances de sobrevivência.
O gigantismo abissal é particularmente comum nas regiões polares, onde as temperaturas são ainda mais baixas. Isso explica por que os maiores espécimes de aranhas-do-mar e outras criaturas marinhas são frequentemente encontrados nessas áreas. Esse fenômeno continua sendo um tema de estudo para biólogos marinhos, que buscam entender como essas condições extremas influenciam a evolução das espécies.
Como as aranhas-do-mar se alimentam?
As aranhas-do-mar desenvolveram um método único de alimentação, adaptado ao seu ambiente marinho. Ao contrário das aranhas terrestres, que tecem teias ou cavam tocas, as aranhas-do-mar usam uma estrutura bucal especializada chamada probóscide.
Essa probóscide é um tubo flexível e extensível que lhes permite sugar os fluidos de suas presas. As aranhas-do-mar se alimentam principalmente de criaturas marinhas moles, como anêmonas-do-mar, águas-vivas e outros invertebrados. Seu método de alimentação é particularmente eficaz nas profundezas marinhas.
Essa adaptação mostra como as aranhas-do-mar evoluíram para sobreviver em um ambiente tão hostil. Sua capacidade de se alimentar dessa maneira permite que aproveitem ao máximo os recursos disponíveis, mesmo nas condições mais extremas. Isso também ilustra a diversidade de estratégias alimentares no mundo marinho, onde cada espécie deve encontrar maneiras únicas de sobreviver e prosperar.