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Uma datação inédita muda nossa visão sobre a história da Lua... e da Terra 🌕
Publicado por Cédric, Autor do artigo: Cédric DEPOND Fonte:Nature Astronomy Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Um mistério lunar resolvido? Pesquisadores acreditam ter finalmente determinado a idade da bacia de impacto mais antiga da Lua. Uma descoberta que pode mudar nossa visão da história do Sistema Solar, assim como as futuras missões lunares.
A bacia Polo Sul-Aitken, gigantesca e pouco conhecida, pode ter mais de 4,32 bilhões de anos. Esta colossal cratera, localizada no lado oculto da Lua, intriga os cientistas há décadas.
a) Mapa de índices de probabilidade >0. b) Mapa de índices de probabilidade >0,5. c) Zoom nos limites dos pixels da cratera Cabannes sobrepostos a um mapa básico. d) Zoom nos limites dos pixels da cratera Cabannes sobrepostos ao mapa geológico lunar unificado da USGS.
Os geólogos focaram em um meteorito descoberto na Argélia em 2005, denominado Northwest Africa 2995. O processo utilizado, chamado datação urânio-chumbo, baseia-se na desintegração natural do urânio em chumbo. De fato, o urânio, um elemento radioativo, transforma-se em chumbo a um ritmo previsível.
Ao medir essa desintegração no meteorito, os pesquisadores obtiveram uma idade surpreendente: mais de 4,32 bilhões de anos. Uma revisão importante das estimativas anteriores. Até então, acreditava-se que os maiores impactos lunares ocorreram entre 4,2 e 3,8 bilhões de anos atrás, uma fase intensa chamada de grande bombardeio tardio. Mas essa nova datação adianta a idade da bacia em 120 milhões de anos.
O interesse dessa descoberta vai além do simples estudo lunar. Segundo a equipe, a Terra provavelmente sofreu impactos semelhantes nessa época. No entanto, a atividade geológica terrestre eliminou tais vestígios, ao contrário da Lua, que conserva esses eventos.
Este avanço foi confirmado pela comparação dos dados coletados com os da missão Lunar Prospector da NASA. As semelhanças químicas entre o meteorito e as rochas da bacia Polo Sul-Aitken validaram a origem desta amostra.
Esses resultados abrem novas perspectivas para futuras missões lunares. O retorno de amostras da bacia poderá aprofundar nossa compreensão desses eventos primordiais.
O que é a datação urânio-chumbo?
A datação urânio-chumbo é um método de cronologia geológica utilizado para determinar a idade de rochas e minerais. Ela se baseia na desintegração radioativa do urânio em chumbo. O urânio transforma-se naturalmente em chumbo a um ritmo constante ao longo do tempo.
O processo de desintegração ocorre em duas cadeias principais: urânio-238 em chumbo-206 e urânio-235 em chumbo-207. Os cientistas medem as quantidades de urânio e chumbo em uma amostra, e depois utilizam suas proporções para calcular sua idade com precisão. Esta técnica permite datar materiais com bilhões de anos de antiguidade.
Por que a Lua é uma testemunha privilegiada da história da Terra?
A Lua preserva traços de impactos e eventos cósmicos que se apagaram na Terra. Ao contrário do nosso planeta, sua atividade geológica é quase inexistente, permitindo que crateras e bacias formadas há bilhões de anos permaneçam intactas.
Estudando as rochas lunares, os cientistas podem, portanto, entender melhor os períodos antigos do nosso Sistema Solar. Os impactos que atingiram a Lua e a Terra em seus primórdios deixaram pistas na Lua, oferecendo assim um vislumbre dos eventos que também moldaram nosso planeta.
O que foi o grande bombardeio tardio?
O grande bombardeio tardio refere-se a um período na história do Sistema Solar, há cerca de 4 bilhões de anos, durante o qual a Terra, a Lua e outros objetos do Sistema Solar sofreram uma intensa chuva de asteroides e cometas. Esta fase deixou muitas crateras que ainda são visíveis hoje.
Este período foi identificado através do estudo das amostras lunares trazidas pelas missões Apollo. Os cientistas acreditam que esses impactos massivos moldaram a superfície dos planetas, influenciando a evolução de suas atmosferas e sua geologia.