Uma inteligência artificial identifica uma abordagem para um tratamento universal do câncer

Publicado por Redbran - Domingo 11 Agosto 2024 - Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Fonte: Nucleic Acids Research
Uma recente reviravolta na pesquisa sobre o câncer vem do Instituto Garvan, onde cientistas usaram inteligência artificial para descobrir elementos potencialmente cancerígenos em regiões do genoma antes consideradas como "junk DNA". Essas regiões não codificadoras, que representam 98% do nosso DNA, poderiam transformar os métodos de diagnóstico e tratamento do câncer.


Imagem de ilustração Pixabay

Os pesquisadores publicaram suas descobertas na revista Nucleic Acids Research, destacando mutações nessas regiões ignoradas do genoma. Estas mutações estariam envolvidas na formação e progressão de vários tipos de câncer, incluindo os de próstata, mama e cólon. Essa descoberta abre caminho para diagnósticos precoces e novos tratamentos para muitos tipos de câncer.

A Dra. Amanda Khoury, autora principal do estudo, explicou que o DNA não codificante, antes considerado inútil, poderia oferecer uma abordagem universal para tratar o câncer. Ao direcionar essas mutações comuns, os pesquisadores esperam desenvolver terapias mais eficazes.

Os cientistas concentraram-se nos locais de ligação da proteína CTCF, que desempenham um papel crucial na organização tridimensional do genoma. Sua perturbação poderia levar a desregulações gênicas e favorecer o desenvolvimento do câncer. Para testar esta hipótese, eles usaram uma ferramenta de aprendizado de máquina chamada CTCF-INSITE para prever os locais persistentes de ligação de CTCF em 12 tipos de câncer.

Com esta ferramenta, eles analisaram mais de 3000 amostras de tumores, revelando que os locais de ligação de CTCF eram ricos em mutações em todas as amostras de câncer. Estas mutações confeririam às células cancerígenas uma vantagem de sobrevivência, permitindo-lhes proliferar e se espalhar.

A Professora Susan Clark, chefe do laboratório de epigenética do câncer no Instituto Garvan, estima que essas descobertas possam ter implicações amplas para o tratamento de muitos cânceres. Os tratamentos atuais precisam ser adaptados a mutações específicas, muitas vezes raras entre os diferentes tipos de tumores, mas os locais de ligação de CTCF oferecem um alvo comum a vários cânceres.

As próximas etapas da pesquisa incluirão experimentos em larga escala usando a edição genética CRISPR para estudar como essas mutações afetam a estrutura 3D do genoma e potencialmente favorecem o crescimento do câncer. Esta abordagem poderia permitir o desenvolvimento de biomarcadores para uma detecção precoce do câncer ou alvos para novos tratamentos.
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