Um mapeamento de alta resolução do fundo do mar antártico revelou a existência de 332 cânions submarinos, um número muito superior às estimativas anteriores. Estas estruturas geológicas maiores, algumas das quais descem a mais de 4000 metros de profundidade, desempenham um papel fundamental na circulação oceânica global e na estabilidade das plataformas de gelo.
VisĂŁo geral da área de estudo, com subdivisĂŁo das zonas e extensĂŁo da cobertura MBES. As abreviações significam: - penĂnsula Antártica (AP), - penĂnsula Antártica ocidental (WAP), - mar de Weddell (Wed), - Antártida Oriental 1 a 3 (EA1–3), - mar de Ross (Ross), - terra Marie Byrd (MBL), - mar de Amundsen (Amu) - e mar de Bellingshausen (Bel).
Uma geografia submarina contrastante
A costa Leste do continente abriga sistemas complexos e ramificados. Estes cânions apresentam perfis em U largos, testemunhando uma longa evolução sob a ação persistente das geleiras. As suas cabeças múltiplas convergem frequentemente para um único canal principal.
A costa Oeste apresenta uma paisagem submarina radicalmente diferente. Os cânions sĂŁo geralmente mais curtos e Ăngremes. As suas paredes formam gargantas estreitas em V, caracterĂsticas de processos de erosĂŁo mais recentes e intensos.
Esta divergência morfológica sustenta uma importante hipótese geológica. A calota de gelo da Antártida Oriental teria uma origem muito mais antiga que a sua vizinha ocidental. Estudos sedimentares anteriores corroboram esta interpretação.