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🦠 Vírus patogénicos podem sobreviver anos em frutas congeladas
Publicado por Adrien, Fonte: Universidade Laval Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Mesmo quando expostos a temperaturas muito baixas durante longos períodos, os vírus patogénicos que se encontram na superfície de pequenas frutas podem sobreviver e conservar a sua capacidade de causar infeções nos humanos. É o que demonstra uma equipa de investigação da Universidade Laval num estudo publicado recentemente pela International Journal of Food Microbiology.
As pequenas frutas congeladas ocupam o primeiro lugar na transmissão alimentar do vírus da hepatite A e o 2º lugar na do norovírus humano.
Segundo a Organização Mundial da Saúde e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, as pequenas frutas ocupam o 2º lugar entre os alimentos frescos cujo consumo apresenta mais riscos microbiológicos para os humanos. As pequenas frutas congeladas não ficam atrás.
"Elas ocupam o 1º lugar na transmissão do vírus da hepatite A e o 2º lugar na transmissão do norovírus humano", salienta a responsável pelo estudo, Julie Jean, professora do Departamento de Ciências dos Alimentos e investigadora do Instituto de Nutrição e Alimentos Funcionais da Universidade Laval.
Sabe-se que o congelamento coloca as bactérias em dormência, o que permite prolongar a duração de conservação dos alimentos, mas não é um método seguro de destruição dos microorganismos, recorda a investigadora. "Queríamos determinar se certas condições de congelamento das pequenas frutas permitiam reduzir a infeciosidade de certos vírus e, consequentemente, os riscos associados ao seu consumo."
A equipa da professora Jean depositou então quantidades conhecidas de vírus da hepatite A e de norovírus murino, um parente próximo do norovírus humano, em cinco tipos de pequenas frutas frescas compradas no supermercado (morangos, mirtilos, arandos, framboesas e amoras). Estas frutas foram primeiro congeladas a temperaturas de -20, -80 ou -196 graus Celsius. Posteriormente, foram armazenadas a -20 graus Celsius durante períodos de até 24 meses.
A equipa de investigação constatou que houve uma diminuição do número de vírus ao longo do tempo, até 1000 vezes menos no caso do norovírus murino e até 100 vezes menos para o vírus da hepatite A. A redução foi mais acentuada para as frutas primeiro expostas a uma temperatura de -196 graus Celsius.
Porém, independentemente da temperatura de exposição inicial e da duração do armazenamento, os vírus presentes na superfície das pequenas frutas permaneciam suficientemente abundantes para causar infeções nos humanos. "Com estes vírus, basta ingerir entre 10 e 100 partículas virais para desencadear uma infeção. O congelamento não é portanto suficiente para eliminar o risco de transmissão que eles representam."
No Canadá, nos últimos anos, os recalls alimentares de pequenas frutas que causaram infeções teriam afetado exclusivamente produtos provenientes de outros países. "Com exceção dos arandos, as pequenas frutas congeladas vendidas no supermercado são praticamente todas produtos de importação, salienta a professora Jean. É possível que as condições de higiene relativas à colheita ou manuseamento destas pequenas frutas sejam menos rigorosas nesses países do que no Canadá. Também é possível que estes vírus se encontrem no ambiente, em particular na água usada para regar os campos."
Não se deve no entanto privar de consumir pequenas frutas congeladas, insiste a professora Jean. As seguintes medidas podem ajudar a reduzir os riscos, prossegue ela.
"A primeira coisa a fazer é monitorizar atentamente os recalls alimentares. Além disso, embora o risco de transmissão seja limitado, pode ser grandemente reduzido pelo cozimento das pequenas frutas. Basta aquecê-las a 85 graus Celsius durante um minuto para destruir estes vírus. Esta precaução é particularmente importante para pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. A vacinação contra a hepatite A também está disponível."