Como os gatos exploram a física para sempre caírem de pé?

Publicado por Adrien,
Fonte: Live Science
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Os gatos possuem uma capacidade notável de sempre caírem de pé, um fenômeno que há muito tempo intriga cientistas e amantes de animais. Essa habilidade parece desafiar as leis da física, pois o gato consegue se reposicionar no ar sem qualquer força externa. Mas qual é o segredo por trás dessa façanha?


Um gato utiliza várias técnicas para se contorcer durante uma queda a fim de aterrissar em suas patas.
Imagens capturadas em uma cronofotografia de Étienne-Jules Marey (publicadas na revista Nature, 1894).

A capacidade dos gatos de sempre aterrissarem nas patas é devida a dois fatores principais: a física e a neurologia. Greg Gbur, físico na Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, explica que este fenômeno está relacionado à conservação do momento angular. Quando um gato cai de uma posição invertida, ele consegue se endireitar dobrando e girando simultaneamente as partes dianteira e traseira de seu corpo em direções opostas.

Além do método de "dobrar e girar", os gatos usam a técnica de "estender e girar". Eles estendem suas patas dianteiras e retraem as patas traseiras, o que reduz a resistência à mudança de movimento rotacional, e depois fazem o inverso. Esta técnica é semelhante à de um patinador artístico que modifica sua velocidade de rotação afastando ou aproximando os braços do corpo.

Outro mecanismo usado pelos gatos é "a cauda como propulsor", onde a cauda atua como um contrapeso, ajudando o corpo a girar na direção oposta. Essas contorções são possíveis graças à região lombar extremamente flexível dos gatos, localizada entre a pélvis e a caixa torácica, como destaca John Hutchinson, professor de biomecânica evolutiva no Royal Veterinary College de Londres.

Do ponto de vista neurológico, os gatos têm um reflexo de auto-ajuste, um reflexo complexo que envolve o cérebro consciente. Esse reflexo depende do sistema vestibular, que controla o equilíbrio e inclui os canais semicirculares e os otólitos no ouvido interno. Esses componentes detectam mudanças de posição e aceleração, e comandam os movimentos musculares necessários para aterrissar nas patas.

Esse reflexo de auto-ajuste não é observado apenas em gatos domésticos; muitos felinos selvagens, bem como outros animais como ratos e coelhos, exibem comportamentos semelhantes, muitas vezes em resposta a ameaças predatórias.

Portanto, longe de ser uma mera curiosidade, a capacidade dos gatos se reajustarem ao cair é uma combinação complexa de física, flexibilidade corporal e respostas neurológicas sofisticadas, desenvolvida ao longo da evolução para maximizar suas chances de sobrevivência em ambientes frequentemente perigosos.
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