Como a vida emergiu da matéria inerte? Uma nova pista intrigante

Publicado por Adrien,
Fonte: Journal of the American Chemical Society
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Como a vida surgiu a partir da matéria inerte? Essa pergunta continua sendo um dos maiores enigmas da ciência. Roland Riek, professor de química física e diretor adjunto do novo Centro Interdisciplinar para a Origem e Prevalência da Vida da ETH Zurich, afirma que os vestígios que levam às origens da vida foram apagados pela evolução ao longo dos últimos três a quatro bilhões de anos. Assim, a ciência precisa confiar em hipóteses e apoiá-las com dados experimentais.


A equipe de Riek foca na ideia de que agrupamentos de proteínas, chamados amiloides, poderiam ter desempenhado um papel crucial na transição entre a química e a biologia. Eles demonstraram em laboratório que os amiloides podem ser facilmente formados em condições semelhantes às da Terra primitiva, apenas a partir de aminoácidos e gases vulcânicos. Essas cadeias peptídicas se montam espontaneamente em fibras.

Os amiloides também podem se replicar, satisfazendo assim um critério decisivo para serem considerados moléculas precursoras da vida. Além disso, pesquisas recentes mostram que os amiloides podem se ligar ao RNA e ao DNA. Essas interações, baseadas em parte na atração eletrostática e na sequência de nucleotídeos, podem representar uma forma primitiva do código genético universal.

Outra vantagem dos amiloides é sua capacidade de aumentar a estabilidade das moléculas genéticas. Na "sopa primordial", onde as moléculas bioquímicas eram muito diluídas, essa estabilidade aumentada poderia ter sido crucial. Moléculas mais estáveis se acumulam mais fortemente do que substâncias instáveis, sugerindo que a cooperação molecular, em vez de competição, poderia ter sido um fator determinante no surgimento da vida.

Riek enfatiza que, embora a competição seja central na teoria da evolução de Darwin, a cooperação também desempenhou um papel significativo. A interação estabilizadora entre os amiloides e as moléculas de RNA ou DNA beneficia ambas as classes de moléculas. Essa descoberta pode revolucionar nossa compreensão sobre as origens da vida.
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