💊 Descoberta: estes medicamentos comuns tambĂ©m reduzem o risco de suicĂ­dio, dependĂȘncias e crimes

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: The BMJ
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Os medicamentos prescritos para o transtorno do dĂ©ficit de atenção com ou sem hiperatividade (TDAH) nĂŁo se limitariam a aliviar os sintomas imediatos. Dados recentes revelam que eles tambĂ©m tĂȘm um efeito sobre os comportamentos de risco.

Esta descoberta baseia-se num vasto estudo internacional realizado na SuĂ©cia e no Reino Unido. Os pesquisadores analisaram os efeitos dos tratamentos farmacolĂłgicos em milhares de pacientes. Este estudo revelou uma diminuição das condutas suicidas, dependĂȘncias, acidentes de viação e atĂ© mesmo de crimes.


Imagem de ilustração Pixabay


Um transtorno disseminado com consequĂȘncias graves


O TDAH afeta aproximadamente 5% das crianças e cerca de 2,5% dos adultos em todo o mundo. As pessoas afetadas apresentam frequentemente dificuldades de atenção, uma impulsividade acentuada e uma hiperatividade persistente.

Estas características aumentam o risco de comportamentos perigosos ou de situaçÔes dramåticas, como as tentativas de suicídio, o uso de substùncias aditivas ou os acidentes. Elas acarretam de facto uma sobrerrepresentação no sistema judiciårio.

Os tratamentos medicamentosos, principalmente os psicoestimulantes como o metilfenidato, jĂĄ sĂŁo amplamente utilizados para diminuir os sintomas. O estudo mostra que estes podem ter efeitos que ultrapassam o quadro estrito do controlo dos transtornos.

Uma metodologia inédita para medir o impacto


Os pesquisadores exploraram os registos nacionais suecos entre 2017 e 2018, incluindo cerca de 150 000 pacientes recentemente diagnosticados. Cada indivĂ­duo pĂŽde assim ser acompanhado durante 2 anos apĂłs o inĂ­cio ou a ausĂȘncia de tratamento.

Graças a uma abordagem chamada "emulação de ensaio alvo", os dados provenientes de dossiĂȘs mĂ©dicos e judiciais foram analisados como se proviessem de um verdadeiro ensaio clĂ­nico. Este mĂ©todo permite comparar os grupos de maneira mais fiĂĄvel e reduzir os erros ligados Ă s diferenças entre pacientes.

Os resultados indicam que a toma do tratamento reduzia de maneira notåvel vårios riscos: -25% de risco de ter problemas com drogas ou ålcool, -17% de riscos de ter um comportamento suicida, -12% de risco de causar um acidente de viação e -13% de cometer um crime.

BenefĂ­cios diferenciados consoante os tratamentos


Os medicamentos estimulantes revelam-se mais eficazes do que os nĂŁo estimulantes, em particular no consumo de drogas e nos comportamentos criminosos. O metilfenidato continua a ser o tratamento mais prescrito, representando mais de 80% das receitas.

Os pesquisadores salientam que os efeitos positivos explicar-se-iam por uma melhor regulação da impulsividade e uma atenção aumentada. Isso reduziria os comportamentos agressivos, as distraçÔes perigosas ao volante ou ainda as recaídas aditivas.

Estes dados confirmam as recomendaçÔes clínicas atuais, que privilegiam os estimulantes em primeira linha, mas recordam também que o acompanhamento médico continua indispensåvel para adaptar o tratamento.

Um alcance que ultrapassa a saĂșde individual


Para os pacientes, os benefícios vão muito para além da melhoria dos sintomas diårios. Os tratamentos podem favorecer uma melhor inserção social, escolar e profissional.

À escala coletiva, os resultados dĂŁo aos poderes pĂșblicos argumentos para reforçar o acesso aos cuidados. Menos suicĂ­dios, dependĂȘncias e infraçÔes representam tambĂ©m um impacto positivo na sociedade.

Os autores estimam que uma falta de acesso aos tratamentos constitui um desafio ético maior. Em Inglaterra por exemplo, uma "task force nacional" do NHS trabalha atualmente para reduzir estas desigualdades.
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