✨ Descoberta de "estrelas falhadas" extremas: o que elas nos ensinam?

Publicado por Adrien,
Fonte: The Astrophysical Journal Letters
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Astrônomos recentemente descobriram nove anãs marrons, esses objetos celestes frequentemente chamados de estrelas falhadas. Entre elas, duas representam as menores já observadas, abrindo novas perspectivas sobre esses corpos misteriosos.

Essas descobertas podem ajudar a esclarecer a fronteira entre grandes planetas e pequenas anãs marrons, bem como entre estas e pequenas estrelas. Os pesquisadores destacam a importância desses objetos para entender os processos de formação estelar e planetária.


A equipe localizou essas anãs marrons em IC 348, um aglomerado de estrelas jovens situado na Nuvem Molecular de Perseu, a cerca de 1.000 anos-luz da Terra. A presença de um disco de gás e poeira ao redor de uma delas sugere a possibilidade de formação planetária, mesmo ao redor de um objeto tão pouco massivo.

As anãs marrons, embora formadas como estrelas, não possuem massa suficiente para iniciar a fusão de hidrogênio em hélio em seu núcleo. Essa característica as coloca em uma categoria à parte, entre planetas gigantes e as estrelas mais pequenas.

Uma surpresa adicional aguardava os pesquisadores: a detecção de um hidrocarboneto não identificado na atmosfera dessas anãs marrons. Esse composto, observado anteriormente apenas em Saturno e Titã, permanece um enigma para os cientistas. O telescópio espacial James Webb desempenhou um papel crucial nessas observações, graças à sua sensibilidade sem precedentes no infravermelho.

Os próximos passos incluem análises espectroscópicas mais aprofundadas para identificar esse hidrocarboneto misterioso. Os teóricos também são chamados a contribuir para explicar sua presença, na ausência de metano, geralmente detectado em anãs marrons mais velhas.


Uma comparação de tamanho entre o Sol, uma estrela de baixa massa, uma anã marrom, Júpiter e, se você a vir, a Terra.
Crédito: NASA


O que é uma anã marrom?


As anãs marrons são objetos celestes que ocupam uma posição intermediária entre planetas gigantes e as estrelas mais pequenas. Elas se formam da mesma maneira que as estrelas, a partir do colapso de uma nuvem de gás e poeira, mas não possuem massa suficiente para iniciar a fusão nuclear de hidrogênio em hélio em seu núcleo.

Essa ausência de fusão as distingue das estrelas, ao mesmo tempo que as diferencia também dos planetas por seu modo de formação. As anãs marrons emitem, no entanto, uma luz fraca, principalmente no infravermelho, devido ao calor residual de sua formação e à fusão de outros elementos, como o deutério.

A descoberta de anãs marrons de massa muito baixa, como as observadas recentemente, questiona nossa compreensão dos limites inferiores da formação estelar. Esses objetos podem ajudar a definir melhor a fronteira entre planetas e estrelas.

As anãs marrons também são laboratórios únicos para estudar atmosferas em condições extremas, oferecendo pistas sobre os processos químicos e físicos que podem existir em exoplanetas similares.

Como o telescópio James Webb está revolucionando o estudo das anãs marrons?


O telescópio espacial James Webb (JWST) representa um avanço significativo para o estudo das anãs marrons, graças à sua capacidade de observar no infravermelho com sensibilidade e resolução sem precedentes. Essas características permitem detectar e analisar objetos muito frios e pouco luminosos, como as anãs marrons, que emitem principalmente nesse comprimento de onda.

O JWST já permitiu identificar hidrocarbonetos não identificados na atmosfera de algumas anãs marrons, abrindo novas questões sobre a química desses objetos. Essas descobertas podem levar a uma melhor compreensão dos processos atmosféricos e da formação das anãs marrons.

Além disso, o telescópio oferece a possibilidade de estudar anãs marrons de massa muito baixa, potencialmente similares em tamanho a Júpiter. Essas observações podem ajudar a precisar o limite inferior de massa para a formação das anãs marrons.
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