Descoberta: não foi um cometa que exterminou os dinossauros, e isso não veio de Júpiter

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Science
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Há cerca de 66 milhões de anos, um evento cataclísmico marcou o fim da era dos dinossauros. Este episódio está associado à queda de um asteroide gigante na região de Chicxulub, no México. Até agora, a natureza exata deste corpo celeste e sua origem permaneciam em debate.

Um novo estudo publicado na Science vem esclarecer esses mistérios ao revelar que este asteroide veio do Sistema Solar externo, além de Júpiter, e não de um cometa como alguns haviam suposto.


Imagem de ilustração Pixabay

Os pesquisadores utilizaram um método inovador para analisar amostras de sedimentos antigos. Estas contêm rutênio, um elemento químico ausente nas rochas terrestres. Ao comparar os isótopos de rutênio das amostras com os de diferentes classes de meteoritos, eles puderam determinar que o asteroide que atingiu a Terra era do tipo carbonáceo (tipo C). Isso indica que ele se formou além da órbita de Júpiter, em uma região onde os asteroides contêm mais carbono e elementos voláteis.

Esta descoberta desafia a hipótese avançada em 2021 por dois pesquisadores de Harvard, que propunham que o impactador de Chicxulub era um cometa de longo período. Segundo sua teoria, o cometa teria sido fragmentado pela influência gravitacional do Sol antes que um pedaço atingisse a Terra. Contudo, os novos dados confirmam que o objeto celeste era um asteroide carbonáceo, refutando assim a ideia do cometa.

O rutênio desempenhou um papel crucial nesta identificação. De fato, os isótopos deste elemento permitem distinguir os asteroides do tipo C, formados no Sistema Solar externo, daqueles do tipo S, que são mais comuns e provêm do Sistema Solar interno. O fato de o asteroide de Chicxulub ser um asteroide de tipo C é particularmente significativo, pois a maioria dos meteoritos encontrados na Terra são do tipo S, formados em regiões mais próximas do Sol.

As implicações desta descoberta vão além da história dos dinossauros. Segundo Mario Fischer-Gödde, geoquímico da Universidade de Colônia e principal autor do estudo, compreender melhor a natureza dos asteroides que atingiram a Terra ao longo do tempo pode oferecer indícios sobre a origem da água no nosso planeta. Ele também sugere que, se outras extinções massivas foram provocadas por asteroides do tipo C, seria essencial monitorar de perto esse tipo de objetos celestes no futuro, pois podem representar uma ameaça significativa para a vida na Terra.
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