☄️ Ele não deveria estar lá: o que este mineral está fazendo no asteroide Ryugu?
Uma imagem ao microscópio eletrônico do grão de poeira de Ryugu contendo o mineral djerfisherite.
Crédito: Hiroshima University/Masaaki Miyahara
O mineral em questão, um sulfeto de ferro e níquel contendo potássio, normalmente está associado a meteoritos formados em altas temperaturas. No entanto, Ryugu é um asteroide rico em carbono, supostamente formado em ambientes muito mais frios. Essa contradição surpreende os geólogos.
A equipe de Masaaki Miyahara, da Universidade de Hiroshima, não descarta duas hipóteses: o mineral poderia ter origem em um impacto com outro meteorito ou ter se formado in situ, em condições ainda desconhecidas. As análises isotópicas futuras devem ajudar a esclarecer esse mistério.
Esta descoberta sugere que a química dos asteroides é mais variada do que se pensava. Ela reforça a ideia de que trocas de materiais podem ter ocorrido entre diferentes zonas do Sistema Solar desde seus primórdios. Os cientistas agora reexaminarão as outras amostras de Ryugu com atenção redobrada.
O que é a djerfisherite e por que ela é tão especial?
A djerfisherite é um mineral raro, composto por ferro, níquel, enxofre e potássio. Na Terra, ele é encontrado em meteoritos chamados condritos enstatíticos, formados em ambientes muito quentes.
Encontrá-lo em Ryugu é, portanto, surpreendente. Isso desafia o modelo atual de formação de asteroides carbonáceos, que pressupõe condições muito mais frias. Este mineral pode revelar processos químicos até então insuspeitados, ou até mesmo trocas de matéria em grande escala entre corpos celestes.
Seu estudo também pode ajudar a entender melhor a distribuição de alguns elementos essenciais à vida, como o potássio, no Sistema Solar primitivo.