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Esta pequena área do nosso cérebro ordena nossas prioridades diárias
Publicado por Adrien, Fonte: Université de Genève Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Como nosso cérebro faz a distinção entre objetivos urgentes e menos urgentes? Pesquisadoras e pesquisadores da Universidade de Genebra (UNIGE) e da Icahn School of Medicine em Nova York exploraram a maneira como nosso cérebro memoriza e ajusta as metas que definimos diariamente.
Seu estudo revela diferenças no tratamento dos objetivos imediatos ou distantes, tanto a nível comportamental quanto cerebral. Essas descobertas, descritas na revista Nature Communications, podem ter implicações significativas para a compreensão de distúrbios psiquiátricos, especialmente a depressão, que pode impedir a formulação de objetivos claros.
Durante todo o dia, estabelecemos metas a serem alcançadas: buscar as crianças na escola em uma hora, preparar o jantar em três horas, marcar uma consulta médica em cinco dias ou cortar a grama em uma semana. Esses objetivos, urgentes e menos urgentes, são continuamente redefinidos conforme os eventos ocorrem ao longo do dia.
Pesquisadoras e pesquisadores da UNIGE e da Icahn School of Medicine no Mount Sinai Hospital em Nova York estudaram como o cérebro memoriza e atualiza os objetivos a serem alcançados. Especificamente, como ele faz a distinção entre os objetivos que exigem ou não atenção imediata. Seu estudo se concentra em uma região particular do cérebro, o hipocampo, devido ao seu papel estabelecido na memória episódica. Esta região é responsável pela codificação, consolidação e recuperação de informações vividas pessoalmente, integrando seu contexto emocional, espacial e temporal.
Uma missão imaginária em Marte, durante uma ressonância magnética
Os neurocientistas pediram a 31 pessoas que se projetassem em uma missão espacial imaginária de 4 anos em Marte, necessitando da realização de uma série de objetivos cruciais para sua sobrevivência (cuidar do capacete espacial, fazer exercícios, comer certos alimentos, etc.). Os objetivos da missão variavam conforme o momento em que deveriam ser alcançados, com tarefas diferentes a realizar para cada um dos quatro anos da viagem.
À medida que os participantes progrediam na missão, os mesmos objetivos lhes eram apresentados. Eles deviam então indicar se eram objetivos passados, presentes ou futuros. À medida que avançavam no tempo, a pertinência desses objetivos mudava: os objetivos inicialmente previstos para o futuro se tornavam necessidades atuais, enquanto as necessidades atuais se tornavam objetivos passados. Assim, os participantes precisavam gerenciar vários objetivos conforme sua distância temporal e atualizar suas prioridades conforme a missão progredia.
A prioridade para os objetivos imediatos
A equipe observou os tempos de reação de cada um para determinar se a tarefa era a ser realizada no presente, no passado ou no futuro. "Os objetivos a serem alcançados imediatamente são mais rapidamente reconhecidos do que aqueles a serem realizados em um tempo mais distante. Este tratamento diferenciado da informação armazenada revela a prioridade dada às necessidades atuais em comparação às que estão distantes. Um tempo adicional é necessário para viajar mentalmente no tempo a fim de recuperar os objetivos passados e futuros", explica Alison Montagrin, professora assistente no Departamento de Neurociências Fundamentais da Faculdade de Medicina da UNIGE, ex-pesquisadora de pós-doutorado na Icahn School of Medicine, e primeira autora do estudo.
Os cientistas também procuraram saber se diferenças se manifestavam ao nível cerebral. Imagens obtidas por meio de uma ressonância magnética de altíssima resolução permitiram revelar que, durante a recuperação de informações sobre objetivos a serem alcançados no presente, o hipocampo é ativado em sua região posterior. No entanto, durante a rememoração de objetivos passados ou a serem alcançados no futuro, a região anterior é ativada.
Esses resultados podem abrir um caminho terapêutico para pessoas que sofrem de depressão, que apresentam dificuldades em formar objetivos.
"Esses resultados são particularmente interessantes, porque estudos anteriores mostraram que, quando recorremos à nossa memória episódica ou à nossa memória espacial, a região anterior do hipocampo está envolvida na recuperação de informações de ordem geral, enquanto a parte posterior gerencia os detalhes. Será interessante explorar se - ao contrário dos objetivos imediatos - a projeção no futuro ou a lembrança de um objetivo passado não exigem detalhes específicos, mas uma representação geral é suficiente", conclui a pesquisadora.
Esta pesquisa mostra que a escala de tempo desempenha um papel crucial na maneira como as pessoas estabelecem seus objetivos pessoais. Isso pode ter implicações importantes para a compreensão dos distúrbios psiquiátricos, como a depressão. De fato, as pessoas que sofrem de depressão podem ter dificuldades em formar objetivos específicos e enxergar mais obstáculos para alcançá-los. Investigar se essas pessoas percebem a distância para alcançar seus objetivos de maneira diferente - o que poderia torná-las pessimistas quanto às suas chances de sucesso - pode abrir um caminho terapêutico.