Uma ilustração artística da estrela HIP 67522 lançando uma rajada de plasma em direção ao planeta.
Crédito: Danielle Futselaar
O planeta completa sua órbita em apenas sete dias, um intervalo tão curto que modifica o campo magnético da própria estrela. Os pesquisadores observaram que essa interação desencadeia erupções massivas na superfície estelar, que gradualmente erodem a atmosfera do planeta.
Essa descoberta, publicada na Nature, lança luz sobre um tipo de interação ainda pouco estudado entre estrelas e planetas. Graças às observações combinadas dos satélites TESS (NASA) e Cheops (ESA), os cientistas notaram que as erupções solares coincidiam com a passagem do planeta diante de sua estrela, sugerindo uma ligação direta entre os dois.
Nesse ritmo, HIP 67522 b poderia perder uma parte significativa de sua massa, reduzindo-se até o tamanho de um planeta como Netuno. O telescópio Plato, atualmente em preparação pela ESA, deverá permitir continuar essas observações e aprender mais sobre essas interações extremas.
Como um planeta pode influenciar a atividade magnética de sua estrela?
Planetas em órbitas muito próximas podem perturbar o campo magnético de sua estrela, alterando a circulação do plasma em sua superfície. Atuando como condutores de energia, eles provocam tensões nas linhas do campo magnético que podem se liberar na forma de erupções.
Essas interações mostram que os planetas não apenas sofrem a influência de sua estrela: eles também podem modificá-la. Isso abre uma nova perspectiva no estudo de sistemas planetários, especialmente aqueles que apresentam planetas gigantes muito próximos de sua estrela.
O que é uma erupção estelar e por que é perigosa para os planetas?
Uma erupção estelar é uma liberação súbita de energia magnética, acompanhada de partículas de alta energia e radiação ultravioleta ou raios X. Quando um planeta está em órbita próxima, ele fica diretamente exposto a essa violência energética.
Essas erupções podem arrancar as camadas superiores da atmosfera, perturbar a química dos gases presentes e, a longo prazo, reduzir consideravelmente a massa do planeta. No caso de HIP 67522 b, os efeitos são tão extremos que poderiam modificar radicalmente sua aparência e estrutura interna.
Entender esses mecanismos é importante para compreender melhor a habitabilidade dos exoplanetas e as condições em que eles podem evoluir. HIP 67522 b ilustra a extrema fragilidade de alguns mundos diante das forças de sua estrela.