A Europa está se preparando para revolucionar o estudo do Universo com um projeto gigantesco liderado pelo laboratório do CERN. De fato, está prevista a construção de um novo acelerador de partículas, o Futuro Colisor Circular (FCC - Future Circular Collider), prometendo superar em escala e potência o Grande Colisor de Hádrons (LHC - Large Hadron Collider), atualmente o maior e mais poderoso do mundo.
Traçado previsto para o FCC
O FCC, um projeto de escala internacional, se estenderia sob a França e a Suíça com um túnel circular de mais de 90 quilômetros. Esse gigante da física de partículas não seria construído antes da metade do século, com colisões de alta energia previstas para 2070. Seu objetivo? Permitir que cientistas continuem a explorar os mistérios do Universo em um nível nunca alcançado.
O LHC, que entrou em funcionamento em 2010 ao custo de 5,6 bilhões de dólares, fez história em 2012 ao possibilitar a observação do bóson de Higgs. No entanto, espera-se que seu potencial esteja esgotado por volta de 2040, deixando espaço para o FCC assumir os desafios científicos ainda não resolvidos, incluindo a existência de partículas teorizadas que compõem 95% do Universo ainda desconhecido, o que poderia explicar a energia escura e a matéria escura.
O FCC ambiciona desvendar esses mistérios, bem como entender por que a antimatéria é tão rara no Universo em comparação com a matéria. Com um custo estimado de 17 bilhões de dólares para sua primeira fase, esse projeto necessitará da aprovação dos Estados membros do CERN em 2028, antes de potencialmente iniciar sua construção em 2033.
Este futuro colosso da pesquisa fundamental será composto por duas fases: uma primeira dedicada ao estudo do bóson de Higgs e da força fraca através de colisões elétron-pósitron a partir de 2048, seguida por um colisor de hádrons visando uma energia recorde de 100 TeV (teraelétronvolts) prevista para 2070. A título de comparação, o LHC produz "apenas" 14 TeV.
Com oito locais técnicos e científicos planejados na superfície, o túnel do FCC se conectará ao do LHC, estendendo-se sob a região de Genebra e seu lago, e fechando perto de Annecy. O CERN se compromete a consultar as regiões afetadas e a avaliar o impacto deste projeto monumental sobre o meio ambiente.