A evolução não nos preparou para isto: nosso cérebro impactado pela leitura em tela
A leitura, apesar de ter sido integrada tardiamente na história da evolução humana, requer uma série de processos mentais complexos. O desenvolvimento da linguagem, inicialmente oral, não preparou nosso cérebro para a leitura, uma habilidade que demanda anos de prática para ser dominada. Nesse contexto, a transição para a leitura digital apresenta desafios adicionais.
Estudos sugerem que ler em tela reduz nossa capacidade de entender e memorizar o texto quando comparado à leitura em papel, um fenômeno conhecido como efeito de inferioridade da tela.
Esta diminuição de compreensão é influenciada por vários fatores, como o tipo de texto lido, o tempo disponível para leitura e as habilidades de leitura do leitor. Além disso, a leitura em tela frequentemente vem acompanhada de distrações embutidas, como notificações ou anúncios animados, que exigem nossa atenção e reduzem nossa capacidade de nos concentrarmos no texto.
Para combater os efeitos da leitura digital e melhorar nossa concentração, os pesquisadores recomendam um retorno gradual para a leitura em papel. Esta prática envolve escolher um livro interessante, colocar-se em um ambiente propício à leitura e minimizar as distrações. Reconstruir nossa capacidade de concentração em textos impressos é um processo gradual, mas essencial para o nosso desenvolvimento intelectual.
A compreensão profunda desses fenômenos é crucial, não apenas para os adultos atuais, mas também para as futuras gerações que crescem rodeadas de telas. As implicações para a aprendizagem, tanto online quanto em sala de aula, são significativas, especialmente para os leitores menos experientes que são mais afetados pelo efeito de inferioridade da tela. À medida que avançamos na era digital, compreender e adaptar-se a essas mudanças torna-se essencial para preservar nossa capacidade de aprender e nos concentrar eficazmente.