Fugas maciças de metano no mar de Barents: qual é sua origem?

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Frontiers in Earth Science
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Cientistas noruegueses descobriram maciças fugas de metano sob o mar de Barents. Esses vazamentos, invisíveis a olho nu, podem ter repercussões muito maiores do que se imagina nos ecossistemas e no clima.

Ao largo da Noruega, esta região está repleta de falhas geológicas que liberam quantidades impressionantes de gás. Uma equipe de pesquisadores recentemente revelou a existência de mais de 21.000 pontos de fuga, de acordo com o estudo publicado na Frontiers in Earth Science.


Os pesquisadores estimam que essas fugas de metano existem há milhares de anos. O metano, aprisionado sob a crosta terrestre pelas sucessivas glaciações, escapa agora progressivamente devido à erosão das rochas.

As expedições realizadas entre 2018 e 2022 permitiram identificar emissões anuais de gás na ordem de 10.000 toneladas. Uma quantidade impressionante, embora bem inferior às emissões industriais de metano (lembremos que 120 milhões de toneladas são emitidas a cada ano para a produção de energias fósseis).

Uma das principais preocupações é o impacto potencial desse gás na atmosfera. Embora uma grande parte seja absorvida pelos oceanos graças aos micro-organismos, uma fração pode contribuir para o aquecimento global.

O metano tem um potencial de aquecimento global 25 vezes maior do que o dióxido de carbono. No entanto, sua vida útil na atmosfera é mais curta, cerca de 12 anos em comparação com vários séculos para o CO₂.

Essa descoberta também pode explicar a ausência de recursos significativos de hidrocarbonetos na região, um mistério que a indústria de gás norueguesa tenta resolver há décadas.

Este estudo abre caminho para novas pesquisas sobre a extensão dessas fugas e seu impacto real no meio ambiente. Uma dúvida permanece: até que ponto elas afetarão o nosso planeta?

O que é o metano e por que ele é preocupante para o clima?


O metano (CH₄) é um gás de efeito estufa poderoso, cerca de 25 vezes mais eficaz do que o dióxido de carbono (CO₂) em aprisionar calor na atmosfera ao longo de um período de 100 anos. Embora sua permanência seja mais curta, ele tem um impacto significativo no aquecimento global.

O metano é produzido naturalmente, especialmente pela decomposição de matéria orgânica sob os oceanos, lagos e áreas pantanosas. No entanto, uma grande parte das emissões atuais provém das atividades humanas, como a pecuária, a exploração de energias fósseis e os aterros sanitários.

Devido ao seu alto potencial de aquecimento e à sua presença em grandes quantidades na atmosfera, a redução das emissões de metano é crucial para limitar o aquecimento global em curto prazo.
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