Pesquisadores analisaram diversas bebidas, desde água até refrigerantes, passando por cerveja e vinho. As que estavam em garrafas de vidro apresentavam uma concentração de microplásticos muito superior às embaladas em plástico. Esta descoberta vai contra as expectativas iniciais dos cientistas.
A origem dessas partículas foi rastreada até as tintas das tampas metálicas. O atrito entre as cápsulas durante o armazenamento libera fragmentos invisíveis a olho nu. Esses microplásticos acabam na bebida, contaminando assim o conteúdo.
Imagem ilustrativa Pixabay
Os métodos de limpeza das tampas foram testados para reduzir essa contaminação. Um protocolo específico permitiu diminuir em 60% a presença de microplásticos. Esta solução simples poderia ser adotada pelos fabricantes para melhorar a qualidade dos produtos.
A água, com ou sem gás, apresenta os níveis mais baixos de microplásticos, independentemente da natureza da sua embalagem. O vinho, por sua vez, escapa estranhamente a essa contaminação, mesmo quando engarrafado em vidro. As razões para esta exceção ainda precisam ser esclarecidas.
Refrigerantes e cervejas são os mais afetados por este fenômeno, com altos índices de contaminação. Embora nenhum risco à saúde tenha sido claramente identificado, a presença dessas partículas levanta questões sobre seu impacto a longo prazo.
O que é um microplástico?
Microplásticos são minúsculos fragmentos de plástico, geralmente com menos de 5 mm de comprimento. Eles provêm da degradação de produtos plásticos maiores ou são fabricados intencionalmente para determinados usos.
Essas partículas são onipresentes no meio ambiente, desde os oceanos até o ar que respiramos. Seu pequeno tamanho as torna particularmente invasivas, permitindo fácil dispersão e acumulação em diversos ecossistemas.
Os microplásticos podem absorver poluentes químicos, aumentando assim seu potencial tóxico. Seu impacto na saúde humana e animal é objeto de muitas pesquisas, mas ainda é pouco compreendido.
A redução da produção e do uso de plástico é essencial para limitar a propagação de microplásticos. Alternativas sustentáveis e métodos de filtragem eficazes estão em desenvolvimento para combater este problema ambiental crescente.
Como os microplásticos contaminam nossos alimentos?
Os microplásticos podem contaminar os alimentos em várias etapas da cadeia produtiva. As embalagens, os processos de fabricação e até o ambiente de cultivo ou criação desempenham um papel nessa contaminação.
As partículas plásticas podem migrar das embalagens para os alimentos, especialmente sob efeito do calor ou do atrito. As tampas metálicas das garrafas de vidro, por exemplo, liberam microplásticos que se misturam ao líquido.
Solos e águas contaminados por microplásticos também afetam culturas e animais de criação. Essas partículas se acumulam em organismos vivos, entrando assim na cadeia alimentar.
Regulamentações mais rígidas sobre materiais em contato com alimentos e métodos de produção mais limpos poderiam reduzir essa contaminação. A conscientização de consumidores e industriais também é crucial para limitar a exposição aos microplásticos.