Hibernação artificial: a ficção científica torna-se realidade 🌡️

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Current Biology
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E se o ser humano pudesse, como alguns animais, reduzir sua temperatura corporal para sobreviver a situações críticas? Uma descoberta recente abre caminho para uma hipotermia controlada, inspirada na hibernação natural.


Pesquisadores da Universidade de Ciências e Saúde do Oregon (OHSU) identificaram um mecanismo cerebral capaz de alterar a regulação térmica. Esse avanço poderia permitir repensar a medicina de emergência como a conhecemos, reduzindo danos teciduais durante acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou ataques cardíacos.

O mistério da hibernação animal


Alguns animais, como ursos ou esquilos árticos, podem sobreviver a condições extremas reduzindo sua temperatura corporal. Esse fenômeno, chamado torpor, diminui sua necessidade de oxigênio e desacelera seu metabolismo.

Mamíferos não hibernantes, como ratos ou humanos, não possuem essa capacidade natural. No entanto, os pesquisadores descobriram que o cérebro poderia ser "reprogramado" para imitar esse estado.

Um interruptor cerebral para controlar a temperatura


A equipe de pesquisa identificou uma área específica do cérebro, a área periventricular ventro-medial (VMPeA - VentroMedial Periventricular Area), como um regulador-chave da temperatura. Ao bloquear essa área em ratos, eles conseguiram induzir uma inversão termorreguladora.

Durante essa inversão termorreguladora, a exposição ao frio não desencadeia mais a produção de calor, mas, ao contrário, a reduz. Essa descoberta poderia permitir controlar a hipotermia em humanos.

Aplicações médicas promissoras


A hipotermia terapêutica já é usada para proteger tecidos durante certas intervenções cirúrgicas ou após uma parada cardíaca. No entanto, os métodos atuais são limitados e difíceis de controlar.

A manipulação da VMPeA poderia oferecer uma alternativa mais precisa. Ao reduzir a temperatura corporal de maneira controlada, os médicos poderiam prolongar a sobrevivência de tecidos privados de oxigênio.

Rumo a uma hibernação humana?


Se essa técnica ainda é experimental, ela abre perspectivas. Por exemplo, poderia ser usada em missões espaciais de longa duração, onde os recursos de oxigênio são limitados.

Domenico Tupone, autor principal do estudo, destaca que essa descoberta poderia transformar a medicina de emergência. "Poderíamos um dia induzir um estado de baixa temperatura e baixo metabolismo, semelhante à hibernação, para salvar vidas", explica ele.
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