Centenas de 'aranhas' negras avistadas em 2020 pelo ExoMars Trace Gas Orbiter da ESA. As formações são resíduos de geisers de gás poeirentos que jorram através do gelo superficial do planeta Vermelho na primavera.
Crédito: ESA/TGO/CaSSIS
A região apelidada de Cidade Inca revela, assim, a cada primavera, formações negras e filiformes que lembram aranhas. Essas imagens, capturadas pelo orbitador Mars Express da Agência Espacial Europeia (ESA) e pelo ExoMars Trace Gas Orbiter, mostram na verdade erupções sazonais de gás carbônico.
Essas "aranhas" não são criaturas, mas sim canais de gás que medem de 45 metros a 1 quilômetro de largura. Elas aparecem quando a camada mais baixa de gelo de dióxido de carbono começa a derreter sob o efeito do calor na primavera do hemisfério sul de Marte. Este processo, chamado de sublimação, transforma o gelo em gás.
À medida que o gás se acumula, ele provoca uma explosão que perfura a camada de gelo, lançando no ar poeira escura que depois cai, criando um padrão rachado.
Modelo digital da formação Cidade Inca criado com os dados recentes da câmera estéreo de alta resolução do satélite Mars Express.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin
A Cidade Inca é também conhecida como Angustus Labyrinthus. Este local era anteriormente percebido como dunas de areia petrificadas ou vestígios de glaciares marcianos. No entanto, em 2002, foi revelado que esta formação faz parte de uma cratera de impacto circular de 86 quilômetros de largura, parcialmente erodida e expondo intrusões de magma semelhantes a ruínas antigas.